Brasil

Fumante passivo é foco de campanha do Instituto Nacional do Câncer

;

postado em 29/08/2008 09:38
Conscientizar a população sobre os riscos que corre o fumante passivo, aquele que convive com fumante, é o foco da campanha deste ano do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o Dia Nacional de Combate ao Fumo, lembrado nesta sexta (29/08). O tema é Ambientes 100% livres de fumo: um direito de todos. Estudo divulgado na semana passada pelo Inca mostrou que todos os dias sete brasileiros morrem por doenças causadas pela exposição à fumaça do tabaco. ;Ou seja, pessoas que nunca fumaram e conviveram ou no trabalho ou em casa com pelo menos um fumante;, destaca a técnica da Divisão de Controle de Tabagismo do Inca, Érica Cavalcante. De acordo com ela, o quadro pode ser ainda mais preocupante, já que a pesquisa teve como foco somente a população urbana, a partir da incidência de três doenças. Érica Cavalcante destaca que apesar de o estudo ter sido abrangente, ainda não mostra o quadro total. A partir dos dados do estudo, a equipe do Inca pretende ajudar a conscientizar a população de que não se pode fumar em ambientes fechados sob hipótese alguma. Mesmo em casa, ;o correto seria que a pessoa saísse de casa e fosse fumar em lugar aberto;, explica. Isso porque a fumaça do cigarro tem cerca de 400 substâncias tóxicas, entre elas várias cancerígenas. A técnica ressalta que alguns mitos apresentados pela indústria do tabaco são falsos, como a eficiência de se separar o ambiente entre fumantes e não-fumantes ou a utilização de equipamentos para a circulação de ar como forma de evitar a concentração da fumaça. ;Vários estudos já provaram que não existe um sistema de circulação que limpe a área e não tem como isolar, porque a fumaça não vai respeitar esses critérios;. Outro ponto destacado na campanha é que a fumaça do cigarro pode ser considerada um fator de risco ocupacional, ligado ao ambiente de trabalho. Isso faz com que o empregador possa ser responsabilizado por danos à saúde dos funcionários - por exemplo, de um restaurante - que atendam fumantes. ;Essas pessoas que trabalham em ambiente fechado estão se expondo involuntariamente, elas não escolhem, acabam tendo que servir num local em que as pessoas acabam fumando;, explica Cavalcante. Ela afirma que a cobrança de não-fumantes para que aqueles que fumam não o façam em ambientes fechados não pode ser considerada uma ;chatice;, da mesma forma que a proibição determinada por lei e por decretos em estados como a Paraíba ou o Distrito Federal, não é uma restrição de direitos. ;Eu acho que é uma questão de educação, de mudança de comportamento;. ;O fumante tem direito, desde que não afete aquele que não fuma; se ele quer fumar, tudo bem, mas não é direito dele fazer isso em ambiente fechado, onde vai trazer danos para quem não fuma;, completa. Segundo a técnica, de cada três cigarros acesos, a pessoa que está próxima fuma um.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação