Brasil

Estudante de direito é assassinado com três tiros em Goiânia

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postado em 30/08/2008 12:54
;Confesso que tenho medo de suas práticas covardes, pois utiliza-se de jagunços e tocaias para atingir seus objetivos. Renovo novamente meu pedido de perdão a todos por ter sido obrigado a abordar este desagradável tema e rogo a Deus que me proteja.; O estudante de direito Túlio José Jayme, filho de uma tradicional família de Pirenópolis (GO), escreveu essa mensagem, em que se referia ao próprio pai, o ex-deputado estadual, ex-vereador, advogado e fazendeiro Olímpio Jayme, 81 anos. A carta foi publicada em 21 de junho passado no jornal Diário da Manhã, de Goiânia. Aos 52 anos, Túlio Jayme foi executado às 19h10 dessa sexta-feira (29/08) com três tiros no rosto disparados por dois homens em uma moto quando estacionava sua Toyota Hilux prata na porta do condomínio onde morava, próximo ao Lago das Rosas, no Setor Oeste, área nobre da capital goiana. Pelo menos um dos projéteis foi encontrado dentro do carro. O crime chocou a população goianiense. Pai e filho disputavam a Fazenda Vargem Grande, localizada entre os municípios goianos de Goianésia e Vila Patrício. Na madrugada de 7 de junho ; dia do aniversário de Olímpio Jayme e duas semanas antes de a carta ser publicada ;, parte da sede da propriedade rural foi consumida por um incêndio. O incidente lançou a relação familiar em crise profunda: pai e filho se acusaram mutuamente pelo crime. Segundo reportagem publicada no mesmo jornal, Olímpio afirmou que dois telefonemas ;suspeitos; de Túlio o incriminavam. Na véspera do incêndio, Túlio teria ligado a um funcionário do haras da fazenda questionando sobre quem estava no local. Cinco dias depois, ele teria ficado espantado ao saber que a casa do pai não tinha sido totalmente queimada. ;Ele mesmo contou para outras pessoas o que tinha feito;, afirmou o pai. Túlio acusava o próprio pai de ter tomado da família Jayme o terreno de uma fazenda e um clube de Pirenópolis. O estudante de direito não poupou ataques ao pai. ;Tive a infelicidade de ser filho de um desequilibrado, de um bandido, de um homem cuja vida é feita de truculência, de violência e de crime;, disse, em entrevista a um jornal de Goiânia, em 18 de junho. Na ocasião, Túlio contou que vinha recebendo ameaças do pai. ;Há cerca de oito anos, houve desunião na família, resultante de vários fatores, incluindo o fato de meu pai ter tomado da família o terreno de uma fazenda e um clube de Pirenópolis;, acrescentou. Apesar das críticas, Túlio mantinha a esperança de reconciliação. ;Estou aberto ao diálogo. Se nós dois quisermos, voltaremos a ter uma relação harmoniosa;, acenou. O corpo dele será enterrado neste sábado (30/08) em Goiânia. A polícia ainda não tem suspeitos do crime.

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