Brasil

Julgamento só sai em 2009, diz Cembranelli

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postado em 31/08/2008 09:50
O casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, preso desde 7 de maio acusado da morte da menina Isabella, 5 anos (filha de Alexandre), dificilmente se sentará no banco dos réus até o final deste ano como previa a acusação. Agora, a expectativa do promotor Francisco Cembranelli é de que o júri aconteça apenas em 2009. Cembranelli alega que a defesa está entrando com uma ;enxurrada; de pedidos de liberdade para o casal com o objetivo de postergar ao máximo o julgamento. Com isso, diz o promotor, os advogados de Alexandre e Anna Carolina esperam diminuir o clamor popular que o caso despertou em todo o país. A morte de Isabella completou 5 meses na sexta-feira. A menina foi arremessada do sexto andar do prédio onde o pai e a madrasta moravam, na Vila Mazzei, Zona Norte de São Paulo. ;Acredito que eles (os advogados de defesa) queiram fazer com que a sociedade esqueça o que aconteceu com a menina. Outra hipótese é que a defesa esteja tentando ganhar tempo para que apareça um novo caso de repercussão nacional, que apague a lembrança de Isabella;, afirma o promotor. Segundo Cembranelli, houve pelo menos seis pedidos de libertação do casal no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Supremo Tribunal (Federal) e no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Três deles já foram negados, mas existem três habeas corpus pendentes. O casal está preso em Tremembé, a 140km de São Paulo. O último pedido de habeas corpus foi protocolado na última quarta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Também existe um pedido no STJ e outro no TJ-SP. Segundo o promotor, não houve argumento novo que justificasse os novos pedidos de habeas corpus. ;A defesa está atirando para todos os lados com esses pedidos de habeas corpus. Eles querem ver se acertam em alguma coisa. A idéia que tenho é que estão tentando ser acolhidos por um ministro diferente dos que já falaram. Isso é um absurdo, porque entre a decisão da ministra do STF, Ellen Gracie, que negou a liberdade em 5 de agosto, e esta semana não aconteceu absolutamente nada, nenhum fato novo se verificou;, avalia Cembranelli. Nos pedidos anteriores de habeas corpus, a defesa alegou que o casal tem endereço fixo, é réu primário e não ofereceria risco à sociedade. Com base nesses argumentos, a Justiça negou a liberdade a ambos. Para ele, não se pode fazer novos pedidos de HC com o mesmo argumento. ;Mas a defesa sempre encontra uma forma diferente de escrever o pedido, já que um habeas corpus é sempre amplo e com possibilidade de várias interpretações;, diz. Defesa nega O advogado de defesa, Marco Polo Levorin, afirma que não está aplicando o mesmo fundamento nos pedidos. Ele diz que esses novos pedidos são técnicos e não teriam apenas o objetivo de atrasar o processo. ;A primeira tese é de que o casal não apresentava risco à sociedade. Eles são réus primários e têm endereço fixo. Agora, nesses novos pedidos, acrescentamos o material técnico que colhemos, com a contratação de peritos que comprovaram que Isabella não foi esganada;, diz Levorin. O promotor também reclama que, das mais de 30 testemunhas indicadas pela defesa, uma está atrasando o fechamento do processo. A perita Delma Gama, contratada para ajudar os advogados de defesa do casal, faltou ao depoimento duas semanas atrás. Ela seria ouvida por carta precatória em Salvador, na Bahia. No dia do depoimento, no entanto, Delma mandou seus advogados ao tribunal com um atestado médico, alegando problemas de saúde. Uma nova oitiva foi marcada para 8 de setembro.

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