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Queda mata criança de 3 anos em SP

Menino teria ficado sozinho em apartamento no 6° andar enquanto o irmão mais velho, de 11 anos, descia para falar com a mãe, porteira do prédio. Polícia investiga possível negligência dos familiares

postado em 02/09/2008 09:27
São Paulo ; A Polícia Civil de São Paulo fez nessa segunda-feira (01/09) uma perícia no apartamento do 6º andar de um prédio no Centro da capital paulista de onde caiu o menino Alcides Fortunato Júnior, 3 anos, na noite de domingo (31/08). O caso foi registrado na 3ª Delegacia de Polícia e os resultados dos exames científicos que apontarão as circunstâncias em que a criança caiu ficarão prontos somente na semana que vem. Segundo o depoimento da mãe, Sheila Alves Moreira, 25 anos, que trabalhava na portaria do edifício no momento da queda, Júnior costumava dormir cedo, por volta das 21h. Ela teria deixado a criança em companhia do filho mais velho, de 11 anos, e descido para a portaria. A avó de Júnior, Irene Alves Moreira, que é síndica do prédio, conta que o menino estava sozinho no apartamento no momento da queda. ;Foi questão de segundos. Ele (o irmão de 11 anos) pôs o menininho para dormir e foi lá avisar para minha filha na portaria que o menino já tinha dormido. Foi quando o rapaz veio avisando que a criança tinha caído da janela;, lembrou. O ;rapaz; citado por Irene é Márcio de Souza Júnior, 31 anos, recepcionista de um hotel vizinho. Ele ouviu um barulho na calçada e foi ver o que era. À primeira vista, pensou que um morador havia jogado um saco de lixo pela janela, porque essa seria uma conduta comum naquele prédio. ;Quando cheguei perto, vi que não era lixo. Era a criança que havia caído e estava morta;, disse Souza. De acordo com ele, Sheila apareceu alguns minutos depois, quando já havia uma aglomeração no local, aparentando estar calma. Ao chegar perto, ela perguntou várias vezes se aquela criança era seu filho. Em seguida, desmaiou e uma multidão de curiosos se aglomerou em frente ao prédio, na Avenida Rio Branco. A polícia investiga se houve negligência dos familiares. A perita que visitou o apartamento afirmou que a cama onde a criança dormia quando caiu é encostada na janela e não havia tela de proteção. Do colchão para o parapeito, a distância é de 70cm. Para o advogado e coordenador do Núcleo de Criminalidade Infanto-Juvenil da Comissão de Direito Criminal da OAB-SP, Leonardo Pantaleão, a mãe do menino pode responder criminal e civilmente pela morte do filho. ;Existe uma violação das obrigações legais impostas aos pais, mas se ficar comprovado que ela sabia do risco de acontecer um acidente e que ela assumiu o risco, poderá ser indiciada por homicídio;, explica. Na esfera civil, ela pode até perder a guarda dos outros dois filhos, se ficar comprovado que pode expor as outras crianças a situações de risco.

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