Brasil

Aluno morre após apanhar no RJ

Polícia do Rio investiga se espancamento sofrido dentro do colégio causou a morte de adolescente. Corte de cabelo seria o motivo da agressão

postado em 02/09/2008 09:31
O adolescente Samuel Teles da Conceição, 17 anos, morreu no sábado passado possivelmente em conseqüência de um espancamento que sofreu, em 20 de agosto, na Escola Municipal Vera Lúcia Pereira, em Silva Jardim, Baixada Fluminense. A subsecretária municipal de Educação, Vilma Sodré, informou que pelo menos cinco colegas de Samuel teriam ;tirado um selinho;, ou seja, dado tapas na cabeça do jovem porque ele havia acabado de cortar o cabelo. Porém, segundo a família da vítima, como Samuel reagiu à brincadeira, os agressores se uniram a outros colegas e começaram a espancá-lo. ;Esses meninos tinham mania de dar tapinha e soco na cabeça da criança que cortasse o cabelo, e ele (Samuel) achou ruim. Então eles pegaram e juntaram mais de 10 meninos e começaram a espancar ele dentro da sala de aula;, contou a prima do adolescente, Patrícia Teles. Uma semana depois de ter sido agredido, Samuel foi internado na Policlínica da cidade com quadro de insuficiência renal e, horas depois, transferido para o Hospital Estadual Carlos Chagas, na capital fluminense. A Secretaria Estadual de Saúde informou que, além da insuficiência renal, uma tomografia constatou ;extensa lesão cerebral;. No dia 30, o jovem sofreu uma parada cardíaca e foi constatada a morte cerebral. Horas depois, morreu. Em razão da suspeita de violência, a secretaria encaminhou o corpo para o Instituto Médico Legal (IML) e avisou a Polícia Civil para que fosse aberto um inquérito. Vilma Sodré informou que a Secretaria de Educação desconhece que Samuel tenha sido ;espancado;, e que os alunos que participaram da ;brincadeira; foram advertidos verbalmente e seus pais avisados do incidente. ;No dia 27, portanto uma semana depois do episódio, ele estava com febre e pressão alta. A escola nos informou que ele não faltou a aulas nesse período. Não se pode dizer que a morte dele tenha relação com esse fato. De qualquer maneira, nós estamos apurando tudo e já solicitamos que todos os professores, coordenadores e inspetores que estavam na escola nos façam relatórios por escrito para que o caso seja esclarecido;, afirmou a subsecretária. A família de Samuel estava revoltada no enterro do adolescente, no domingo passado. ;Ele foi ameaçado. Os garotos disseram que se ele contasse, aí que eles iam espancar ele mesmo;, contou Denaide da Silva, tia do menino. Muito abalada, a mãe, Dalciléia Teles, reclamou da falta de segurança na escola: ;Todas as crianças têm direito de estudar, mas não devem ser espancadas;, desabafou.

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