Jornal Correio Braziliense

Brasil

Expansão de universidades vai prejudicar qualidade do ensino, avalia sindicato

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A expansão das universidades públicas federais por meio da criação de novas vagas e de novos locais de ensino sem a participação e a discussão da comunidade acadêmica vai comprometer a qualidade do ensino superior público. A avaliação é do diretor regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Luis Mauro Magalhães. Nesta terça-feira (3/9) o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou a criação de 44 mil vagas nas universidades federais em 2009. A medida faz parte do Programa de Apoio a Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Isso certamente vai prejudicar a qualidade do ensino superior público, está se fazendo uma expansão quantitativa, esquecendo a qualidade, avaliou Magalhães, que também é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo o sindicato, o programa não está se dando de acordo com as demandas e necessidades acadêmicas, como por exemplo a garantia do tripé ensino, pesquisa e extensão. Alguns cursos estão sendo implantados sem que os departamentos de ensino e os colegiados sejam ouvidos durante o processo, afirmou. Outra preocupação da entidade, segundo Magalhães, é a garantia do repasse de verbas pela União. Nos contratos entre os entre reitores e o MEC, "a gente não tem uma expansão de recursos compatível com a expansão que as universidades se comprometeram. Além disso, não existe uma obrigação, o governo entra com os recursos para a universidade caso haja disponibilidade, não há garantia para os próximos anos", disse. Segundo o MEC, a verba repassada para o Reuni até 2012 será de R$ 2 bilhões. Magalhães cita ainda casos de campus que estão sendo inaugurados sem que as obras de novos prédios estejam concluídas. Na própria UFRJ foi feita uma expansão em que o prédio não está pronto e a universidade alugou um outro local muito precário para as aulas. Isso tem acontecido, são locais sem condições mínimas de trabalho, sem laboratório, feito às pressas, afirmou. O dirigente ressaltou que o Andes não é contrário expansão, desde que não prejudique a qualidade.