postado em 04/09/2008 18:15
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira (4/9), em Petrolina (PE), a greve de servidores públicos de atividades consideradas essenciais, como médicos, porque, segundo ele, prejudica os pobres. Lula fez a crítica no momento em que os médicos dos hospitais estaduais em Recife ameaçavam deixar o trabalho a partir desta sexta (5/9).
Cerca de 400 profissionais já entregaram seus pedidos de exoneração à Secretaria Estadual de Saúde. A categoria quer aumento salarial e rejeitou na noite de segunda-feira (2) proposta do governo. Por meio de nota de oficial, o governo informou que propôs reajustar os salários dos plantonistas de R$ 2.900 para R$ 3.600 e dos diaristas R$ 1.900 para R$ 2.300.
"Sempre tive muita dúvida sobre greve de médico, sobre greve de metrô, pois quem paga é exatamente a parte mais pobre da população. A gente não vê greve nos grandes hospitais particulares. A gente vê é no setor público, onde crianças ficam na fila, esperando horas por atendimento e as pessoas não aparecem para atendê-la em nome de reivindicar um salário a mais" disse o presidente, ao inaugurar, em Petrolina (PE), a primeira etapa do campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que ficará pronta no segundo semestre de 2009.
"Pode reivindicar, brigar, mas não deixe de atender aquela parte mais pobre da população, é a parte mais fraca, não é organizada", completou.
Com a ameaça de demissão coletiva, o governo de Eduardo Campos pediu ajuda ao Ministério da Defesa, que descolou aproximadamente cem médicos das Forças Armadas para ajudar no atendimento na rede pública de Recife. De acordo com o ministério, os militares já estão atendendo. No evento, Lula disse ainda que o governo investirá R$ 41 bilhões em ciência e tecnologia até 2010.