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MP-SP manda apurar policiais que prenderam inocentes

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postado em 05/09/2008 09:34
O Ministério Público Estadual pediu reabertura das investigações contra os policiais que prenderam e teriam torturado três inocentes acusados de matar Vanessa, de 22 anos, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Renato Correia de Brito, ex-namorado da jovem, e seus amigos Willian Cesar de Brito Silva e Wagner Conceição da Silva estavam presos desde 2006 e foram soltos anteontem, após Leandro Basílio Rodrigues, de 19 anos, confessar que matou Vanessa e mais cinco mulheres. Ele disse ter feito 18 vítimas: 14 mulheres e 4 homens, em São Paulo, Rio e Minas. Vanessa foi encontrada morta em 19 de agosto de 2006. No mesmo dia, Renato foi detido por PMs e levado ao 1º DP de Guarulhos, onde foi autuado em flagrante sob acusação de ser o mandante. Brito confessou ao ser preso e apontou seus amigos como executores. Ao ser ouvido novamente no inquérito, ele e Willian contaram que foram levados à Cachoeira da Macumba, onde foram torturados. O espancamento teria prosseguido no DP. Essa história foi contada por eles ontem em um programa de TV. O inquérito sobre a denúncia de tortura havia sido concluído em julho. Agora, será retomado. Para os promotores do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), o fato de Brito ter confessado um crime que não cometeu é indício forte de tortura. Os promotores do Gaeco só acreditaram na confissão de Rodrigues após ouvirem seu depoimento, no qual ele confirmou o que havia dito à polícia: "Se há pessoas presas, são inocentes. Quem matou (Vanessa) fui eu." Os promotores do Gaeco pediram ontem à Corregedoria da Polícia Civil que realize diligências para individualizar as condutas de cada policial suspeito. Para tanto, os três inocentes devem tentar reconhecer os policiais, que serão também ouvidos, além de testemunhas das prisões. Os quatro que estavam de plantão no 1º DP quando eles foram detidos já foram afastados do trabalho - o mesmo ocorreu com dois dos PMs suspeitos de torturar os inocentes. O caso, que estava com o Núcleo de Guarulhos da corregedoria, passou para a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, em São Paulo, por determinação do secretário da Segurança, Ronaldo Marzagão.

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