postado em 05/09/2008 11:59
O Vale do Javari, situado no extremo Sudoeste do Estado do Amazonas, próximo ao município de Atalaia do Norte, apresenta altas taxas de mortalidade geral, infantil e de malária. A avaliação é da operação que leva o mesmo nome, coordenada pela Fundação Nacional e Saúde (Funasa) e Ministério da Defesa, entre 19 de abril e 21 de junho deste ano. Os números foram apresentados agora há pouco, na Funasa.
Durante 64 dias foram realizados atendimentos pelas equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) em toda a população que se encontrava nas aldeias. Da população total, 80,37% foi atendida pelas equipes de saúde.
Segundo o Departamento de Saúde Indígena (Desai) da Funasa, a taxa de mortalidade infantil na região é de 116 por mil. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera tolerável o índice de 40 por mil. O coeficiente de mortalidade geral é de 12,38 por mil, enquanto o índice apontado pela OMS como suportável é de 3 por mil. A incidência da malária é de 893,6 por mil quando a OMS considera grave um índice acima de 50.
;Essas são as situações mais preocupantes;, avalia o médico infectologista Jaime Valência, do Desai. Ele ponderou que numa população de 3.473 indígenas, o ideal é não usar os parâmetros da população em geral, e sim tratar de números absolutos. Além dos altos índices, os técnicos da saúde constataram problemas de anemia, parasitose e hepatites virais.
O Vale do Javari tem uma área de 84.570 Km2, apresentando peculiaridades no que concerne às ações de atenção à saúde aos povos indígenas das etnias Kanamary, Marubo, Matis, Korubo, Mayuruna e Kulina, contatados nos meados do século passado.