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Polícia ouvirá bombeiros sobre vistoria em teatro de SP

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postado em 11/09/2008 10:23
O delegado titular do 4º Distrito Policial de São Paulo, Roberto Naves, responsável pelo inquérito que apura as causas do incêndio que destruiu o Teatro Cultura Artística, vai chamar bombeiros para depor. A intenção é confrontar a vistoria feita pelo Corpo de Bombeiros e as fotos tiradas no dia 29 de maio por um arquiteto do curso de especialização da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP). Nelas, é possível ver fios expostos na Sala Esther Mesquita (justamente onde começou o incêndio), ferrugem nas soldas da caixa de disjuntores, madeira desgastada e muito pó. Naves quer saber se os bombeiros reconhecem aquela situação e entender por que nada de errado foi apontado na vistoria feita um mês antes da tragédia. ;No laudo dos bombeiros está escrito apenas ;vistoria realizada; e a assinatura do responsável. Queremos esclarecer o que foi encontrado lá na realidade e ver se os bombeiros reconhecem aquela situação mostrada nas fotos;, diz Naves, que recebeu ontem o laudo do Instituto de Criminalística (IC). O documento é inconclusivo e não aponta culpados. Em menos de dez páginas, os peritos Antônio Lazaro e Ivo Valentini apontam três hipóteses para o início do fogo: um fenômeno termoelétrico (que pode ser provocado por um superaquecimento do sistema de iluminação ou da fiação elétrica), uma causa externa de combustão (como um cigarro) ou uma centelha causada pelo atrito das cordas com as roldanas do palco. O laudo - que é ilustrado por cerca de 40 fotos tiradas no local pelos peritos e pelas imagens feitas pelo arquiteto do curso de especialização da USP - descarta que a tragédia possa ter sido causada por um curto-circuito ou ação criminosa, embora essa última suposição ainda possa ser investigada pela polícia. Os peritos apontam que o fogo se propagou pelo lado esquerdo do palco, por causa da baixa umidade e da grande quantidade de material inflamável existente ali, como panos e madeira. Peritos do IC afirmaram que as condições de conservação do teatro foram preponderantes para que o fogo tomasse proporções de tragédia. A Sociedade de Cultura Artística não quis se manifestar.

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