Brasil

Saúde: Linfoma não-Hodgkin mata 3 mil pessoas por ano

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postado em 14/09/2008 08:32
O caroço localizado na axila não chamou muito a atenção da paisagista Marley Isuka, 48 anos. ;Pensei que poderia ser por causa de alguma roupa apertada. Eu não sentia dor e achei que seria algo passageiro;, conta. O alerta veio da filha, estudante de enfermagem. ;Eu estava trocando de roupa e, quando ela viu a íngua me convenceu a procurar um médico;, diz Marley. O especialista escolhido, por indicação da filha, foi o oncologista. ;Antes mesmo da biópsia, eu já sabia que era câncer. Eu tinha vários sintomas;, conta. Entre eles, febre baixa, sempre à noite, e sudorese noturna. Era mesmo linfoma. Descoberto na fase inicial, foi tratado à base de quimioterapia. Hoje, quatro anos depois, Marley comemora: ;Estou completamente curada;. O linfoma não-Hodgkin, chamado assim para diferenciar de outro tipo de câncer hematológico, é pouco conhecido pela população. Apenas 12% dos brasileiros sabem o que é, e somente 6% das pessoas conhecem os sintomas. Mesmo não sendo tão comum quanto outros tipos de câncer, cerca de 3 mil brasileiros morrem, por ano, vitimados por linfomas. Nos Estados Unidos, estima-se que 550 mil casos apareçam anualmente. Especialistas calculam que a incidência duplicou em todo o mundo nos últimos 35 anos. Para tornar a doença mais conhecida, a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) faz, há seis anos, uma campanha em nove capitais no dia mundial de luta contra o linfoma, celebrado hoje. Brasília ainda não faz parte das cidades onde há mobilização, mas, a partir do ano que vem, também vai participar das ações da ONG. Curável ;O mais importante sobre essa doença maligna é que ela é altamente curável;, destaca Jairo José do Nascimento Sobrinho, oncologista do Hospital Albert Einstein. Daí a importância da divulgação dos sintomas para que as pessoas procurem um médico ainda na fase inicial da doença. A principal manifestação do linfoma é o aumento dos gânglios, principalmente nas dobras (axilas e pescoço), onde há maiores concentrações de linfócitos (tipo de células de defesa do organismo). As popularmente chamadas ínguas crescem progressivamente, sem estarem associadas a infecções (inflamações de garganta, por exemplo, podem causar o inchaço dos gânglios) e também não são dolorosas. Outros sintomas podem aparecer. Os mais comuns: sudorese noturna, febre baixa e constante e perda de mais de 10% do peso sem que a pessoa esteja fazendo dieta. Para confirmar a doença, é preciso que o médico faça uma biópsia no paciente. É possível realizar o exame mesmo quando o aumento dos gânglios acontece no cérebro. Caso o câncer seja confirmado, uma análise laboratorial define que tipo de célula foi afetada para que se prescreva o tratamento adequado. ;Praticamente todos os casos são curáveis. Antigamente, apenas 50% dos linfomas de células B tinham cura. Hoje, o percentual aumentou para 80%;, diz o oncologista.

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