postado em 17/09/2008 18:01
Um galpão de 5.500 m2 foi descoberto pela Operação Anúbis com mais de 300 toneladas de mercadorias ilegais no Distrito Industrial, em Guarulhos. Segundo a Polícia Federal, o local funcionava com depósito para caixas com brinquedos, enfeites de Natal e material de papelaria contrabandeado ilegalmente da China, através do porto de Santos.
De acordo com o coordenador de combate ao crime organizado e delegado da PF em São Paulo, José Alberto Iegas, os produtos entravam no país através de Notas Ficais falsas, além de sobre peso de 60% do descriminado na documentação, e seriam vendidos na Capital paulista, principalmente na região da rua 25 de Março, e no interior do Estado.
"Nos surpreendeu o volume de mercadorias e a organização do barracão. Porque é tudo muito bem guardado e organizado, de acordo com a data de chegada", afirmou Iegas.
Os agentes da operação Anúbis investigaram por 30 dias até chegar ao galpão em Guarulhos, na noite de ontem, quando prendeu em flagrante um homem identificado apenas com J.N., que a polícia afirmou ser um dos maiores contrabandistas do Brasil. Durante a operação de invasão ao local, trabalhavam no barracão seis pessoas que foram ouvidas, mas não deverão ser indiciadas. Segundo Iegas, ainda não há informações se J.N. tem ligações com empresário chinês naturalizado brasileiro Law Kin Chong, que está preso e é considerado o maior contrabandista do país. O delegado da PF informou que J.N. não era investigado pela polícia e só foi descoberto durante a investigação que culminou em sua prisão.
Dois sócios de J.N. também foram encontrados pela polícia mas serão indiciados, pois não foram presos em flagrante. Todos serão acusados por crimes de contrabando e descaminho. Vários produtos apreendidos possuem selos falsos do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e serão analisados para verificação da qualidade para utilização. Segundo o coordenador da operação Anúbis e delegado da Receita Federal em Araraquara, Fábio Eduardo Boschi, as mercadorias podem ser destruídas, incorporadas por órgão público, doada para entidades assistenciais ou leiloadas.
Força tarefa
A operação Anúbis --Deus egípcio que fazia julgamento das boas e más ações-- iniciou os trabalhos de apreensões ontem, que devem continuar pelas próximas duas semanas, após as investigações terem começado há dois meses. Cerca de 2.000 servidores da Receita Federal, Secretaria Estadual da Fazenda, Ministério Público Estadual e Federal e as polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal integram a força tarefa.
"A idéia é organizar o Estado no combate ao crime organizado, pelo aumento da sensação de risco devido os órgãos públicos estarem em dezenas de lugares ao mesmo tempo", afirmou Boschi.
Em dois dias, a força tarefa apreendeu R$ 15 milhões em mercadorias contrabandeadas, além de veículos e carretas, e seis pessoas foram presas em todo o Estado. Os agentes estão realizando diligências estradas e portos.
A operação Anúbis atua no interior e litoral de São Paulo e conta com apoio logístico de dois helicópteros, duas lanchas e três motorhomes especialmente preparados para ações de repressão aduaneira e o combate ao contrabando, além de dezenas de furgões, trailers e viaturas oficiais.