postado em 23/09/2008 17:55
Os índios Pataxó Hã-Hã-Hãe farão neta quarta-feira (24/09), na Praça do Compromisso, na Asa Sul, em Brasília, um ato religioso em memória de Galdino Jesus dos Santos e de outros parentes que lutaram pelo uso exclusivo da Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu na Bahia. Em abril de 1997, quando estava na capital federal para discutir com o Ministério Público Federal uma ação sobre a terra, Galdino foi queimado vivo por jovens de classe média alta.
Cerca de 200 Pataxós estão na capital do país para acompanhar, também amanhã, no Supremo Tribunal Federal (STF), julgamento sobre a validade dos títulos de posse de fazendeiros que ocupam a maior parte da área demarcada como indígena. Eles vieram de ônibus da cidade baiana Pau Brasil. Segundo os indígenas, nas últimas três décadas ocorreram assassinatos, seqüestros, invasões e ameaças constantes s famílias que insistem em garantir o direito s terras.
Sobrinho de Galdino, o jovem Iglésio Thyrry Pataxó, 20 anos, espera que os ministros do STF considerem o histórico da região ao decidirem sobre os títulos de posse.
O lugar é nosso. Demos nosso sangue e até meu tio foi queimado aqui. Ninguém sabe a dor que passamos, protestou Iglésio, durante ato público realizado hoje (23) pelos índios na Câmara dos Deputados.
Não queremos a terra por dinheiro. Queremos pela nossa cultura, pelas árvores e rios, acrescentou.