postado em 29/09/2008 15:52
A necessidade de desafogar Congonhas, reduzindo os vôos da aviação executiva, levou São Paulo a preparar um plano de investimentos nos aeroportos administrados pelo governo estadual. As obras de emergência, negociadas com a Aeronáutica, devem ficar prontas até 2012. A maioria delas refere-se a equipamentos e infra-estrutura de segurança.
Quatro aeroportos foram escolhidos para receber jatos executivos e helicópteros em maior escala: Amarais, em Campinas, Bragança Paulista e Sorocaba, além do aeroporto de Jundiaí, o primeiro a ver crescer o movimento após a tragédia da TAM em Congonhas. Em Jundiaí, a torre de controle de vôo foi integrada aos aeroportos de Congonhas e Guarulhos e será operada por empresa privada.
Até o fim de outubro o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) vai instalar um sistema de comunicação por rádio no aeroporto de Bragança Paulista, a 83 km da capital. Sem os equipamentos, a Aeronáutica ameaça fechar o aeroporto, que também serve como opção à aviação executiva e aos aeroclubes da Grande São Paulo.
"A aviação geral está crescendo muito. As empresas buscam alternativas aos horários da aviação comercial e ao próprio trânsito. Muitos executivos vêm de jato até uma cidade próxima a São Paulo e seguem para a capital de helicóptero, escapando dos congestionamentos", diz Sergio Augusto de Arruda Camargo, superintendente do Daesp.
Para atender a demanda, o aeroporto de Amarais, em Campinas, receberá equipamentos de sinalização para que sejam liberados nele os vôos noturnos. Também serão ampliados os pátios de estacionamento e serão feitas pistas de taxiamento, aumentando a segurança. Obras semelhantes serão feitas no atual aeroporto de Sorocaba, a 97 km da capital.
A maioria dos aeroportos paulistas não têm áreas de taxiamento, obrigando os pilotos a manobrar nas próprias pistas de pouso e decolagem.
Estão incluídas na lista de obras nos aeroportos da Região Metropolitana de São Paulo a criação da área chamada Resa, espaço de segurança na cabeceira das pistas para propiciar mais área para frenagem das aeronaves.
O Daesp traçou um plano de metas, em parceria com a Agência Nacional de Aviação Civil, de investimentos nos aeroportos do governo paulista até 2027. Segundo Sérgio Augusto de Arruda Camargo, superintendente do Daesp, dois novos aeroportos podem ser construídos no estado, em Ubatuba e Sorocaba.
Dos aeroportos administrados atualmente pelo governo de São Paulo, apenas dois têm torre de controle de vôos - Ribeirão Preto e Presidente Prudente.
O atual aeroporto de Sorocaba operou 1.696 vôos em agosto e recebeu cerca de 4 mil passageiros. O pequeno aeroporto de Ubatuba operou 345 vôos, com 682 passageiros.
Além da vocação turística, o aeroporto de Ubatuba serviria ao crescimento do movimento esperado para o litoral paulista por conta da prospeção de petróleo.
"Os estudos indicam a possibilidade de investimentos em Ubatuba e Sorocaba. Em Ubatuba, temos o problema de espaço, por conta da área de preservação ambiental", diz Camargo.
A intenção do Daesp é transformar o aeroporto Bauru Arealva, inaugurado em 2006, no segundo aeroporto internacional de cargas do estado. Atualmente, as operações ficam concentradas em Viracopos e no aeroporto de Guarulhos. Em 2007, o Arealva recebeu 7.436 pousos e decolagens, 55.899 passageiros e 678.309 quilos de mercadorias. "Os investimentos devem tornar o aeroporto o segundo internacional de cargas do estado", afirma Camargo.
Até janeiro do ano que vem, serão instalados os equipamentos de auxílio à navegação aérea. A falta deles impede a operação de aeronaves de grande porte.