postado em 06/10/2008 13:34
Embora as chuvas tenham voltado com força e provocado estragos em várias regiões de Minas Gerais, o estado ainda tem 102 municípios em situação de emergência devido à estiagem prolongada. A maioria fica no Norte de Minas, onde não chove há mais de seis meses. Centenas de rios e córregos estão completamente secos. O Rio Verde, um dos mais importantes afluentes do Rio São Francisco, está ;cortado;. As comunidades rurais enfrentam a falta de água e a morte do gado devido à queima dos pastos.;Estamos rezando para que comece a chover logo. A chuva é a única coisa que melhora a vida da gente aqui;, diz o pequeno agricultor Cassimiro Rodrigues Nascimento, sob o sol forte. Ele mora na localidade de Morro Alto, município de Francisco Sá, de 24,9 mil habitantes, a 471 quilômetros de Belo Horizonte. Todos os dias, o produtor rural é obrigado a ir de carroça até a sede do município, distante três quilômetros, para buscar água para abastecer a família. Por enquanto, Cassimiro recorre a um pequeno tanque para matar a sede das 25 cabeças de gado que mantém na propriedade. Mas ele está preocupado: ;Se não chover logo, o tanque vai secar e vou ter que trazer água da cidade para dar para as reses também;.
Situação pior enfrenta o criador Wagner Fernandes, vizinho de Cassimiro, que, em um mês, afirma já ter perdido cerca de 30 animais por falta de comida. Em todo o Norte de Minas, já morreram cerca de 160 mil cabeças de gado devido à seca, de acordo com dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
Na semana passada, foram registradas chuvas esparsas em alguns municípios da região. De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, do Centro de Climatologia MG Tempo/Cemig/PUC Minas, as chuvas mais intensas somente deverão ocorrer na segunda quinzena do mês.
Socorro
Para socorrer as famílias do Norte e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) anunciou a aquisição de mais 2 mil cisternas plásticas, cada uma com capacidade para 8 mil litros. As comunidades rurais estão sendo atendidas com caminhões-pipa cedidos pela Copasa e Exército.
O secretário-executivo da Defesa Civil estadual, tenente-coronel Alexandre Lucas Alves, informou que serão investidos cerca de R$ 5,6 milhões na instalação de sistemas de abastecimento de água. Os recursos serão aplicados na compra de canos, bombas e caixas d;água, para levar a água de poços tubulares e barraginhas até moradias. O programa foi anunciado em reunião do Comitê Gestor da Seca, integrado por representantes de vários órgãos estaduais, nesta semana, em Montes Claros.