Brasil

Preso principal suspeito de chacina que deixou 15 mortos no Paraná

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postado em 15/10/2008 18:50
A polícia prendeu nesta quarta-feira (15/10), em Rosana, São Paulo, às margens do Rio Paraná, Jair Corrêa, de 52 anos, suspeito de ser o mentor e principal executor de 15 pessoas, no dia 22 de setembro, em Guaíra, no oeste do Paraná. Outro dois acusados pela chacina, Gleibson Corrêa, filho de Jair, e Ademar Fernando Luiz, continuam sendo procurados pela polícia. Segundo o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, informalmente Corrêa teria assumido a co-autoria na chacina, alegando que era uma vingança em razão da morte de seu enteado, Dirceu Pereira de França, ocorrida cerca de 20 dias antes. França teria sido morto por integrantes da quadrilha de Jossimar Marques Soares, o Polaco, um dos mortos na chacina, por causa de uma dívida de R$ 4 mil. Em entrevista, Corrêa negou que tivesse qualquer participação na chacina. Delazari disse que provavelmente os três acusados separaram-se logo depois do crime. Corrêa teria ido, então, até a região de Itaquiraí (MS), permanecendo escondido durante todo o tempo no meio da mata fechada, contando com ajuda de familiares. "Ele é do mato e tem facilidade para viver ali", afirmou o secretário. Na madrugada de hoje, ele teria deixado o local, seguindo em uma pequena canoa pelo Rio Paraná, em direção a Rosana, onde pretendia tomar um ônibus para São Paulo. "Ia se esconder no meio daqueles 11 milhões de pessoas", disse. No entanto, depois de oito horas de viagem pelo rio, foi interceptado no meio do mato pelos policiais que ficaram acampados por três dias. "Não deu nem tempo de reagir", afirmou Delazari. Segundo ele, caso os policiais não tivessem sucesso nessa investida, outra equipe estava postada no Terminal da Barra Funda, em São Paulo, para onde ele iria. Na capital paulista seria recepcionado pela mulher e um filho. Segundo o secretário, as informações de que os suspeitos da chacina teriam passado pelo Paraguai não se confirmaram. Além das buscas pelos outros dois acusados, a polícia tenta encontrar as armas usadas na chacina para saber quem foram os fornecedores. Delazari insistiu ontem que as mortes foram um "caso isolado". Segundo ele, desde o início do ano houve 13 homicídios em Guaíra, que fica na fronteira com o Paraguai, um deles depois da chacina. "A chacina foi fruto de uma mente e de um comportamento criminoso", acentuou. Ele acredita que o estado de embriaguez "deve ter potencializado o instinto criminoso". Corrêa chegou a Curitiba em um avião do governo do Estado e foi apresentado no 1º Distrito Policial. Negou que tivesse qualquer participação na chacina. Disse que mora em Guaíra, onde é pescador profissional. Segundo ele, seu enteado foi morto por duas pessoas, identificadas por ele como Nel (Manoel Pascoal da Silva, também morto) e Nelsinho. Segundo Corrêa, eram da quadrilha de Polaco. "Eram tudo companheiro lá", afirmou. Ele disse que não estava na chácara no momento do crime e ficou sabendo do ocorrido por um radinho de pilha. Quando ouviu que era suspeito, decidiu fugir no sábado seguinte à chacina. "Até minha família fugiu. Todo mundo queria matar eles lá", afirmou. "A casa está tudo abandonada, com tudo lá, foi colocado um cachorro no quintal e eu saí." Ele confirmou que pretendia ir para São Paulo. Corrêa já foi condenado por tráfico há cerca de 18 anos, mas nega envolvimento. Segundo ele, estava apenas cuidando de uma draga de garimpo, quando o dono foi preso com "mercadoria" e ele também acabou acusado.

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