Brasil

Diretor de presídio é assassinado no Rio de Janeiro com pelo menos 30 tiros

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postado em 16/10/2008 13:20
Mais um diretor de penitenciária do Rio de Janeiro foi assassinado. O tenente-coronel José Roberto Lourenço do Amaral, que há quatro anos comandava a penitenciária Dr. Serrano Neves B, também conhecida como Bangu 3B, no Complexo de Gericinó, zona oeste do Rio, foi atingido por pelo menos 30 tiros na manhã nesta quinta-feira (16/10). Na unidade prisional estão detidos cerca de 400 presos considerados de alta periculosidade. Esse foi o terceiro diretor do complexo assassinado desde o ano 2000. Outros dois funcionários foram mortos a tiros nesse período. De acordo com policiais do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais, o crime aconteceu na Avenida Brasil, via expressa que liga a zona oeste ao centro da cidade. No momento, o tenente-coronel ocupava o banco de passageiro de um veículo oficial que seguia para o presídio. O automóvel foi interceptado por um grupo de homens que estava em um carro ainda não-identificado. Eles fizeram os disparos e fugiram em alta velocidade sem levar nada, segundo os relatos. Um profissional que trabalha no Complexo de Gericinó disse que muitos presos estavam insatisfeitos com o rigor aplicado por Amaral no início de sua gestão. Ele acredita que o crime tenha sido cometido a mando de um ou mais detentos. ;Mais recentemente, ele já tinha abrandado um pouco, mas no início era muito rigoroso. As revistas no material que entrava no presídio, como alimentos, eram muito mais seletivas e muita gente não gostava disso. Com certeza foi uma execução a mando de alguém que está lá dentro. O preso é bastante vingativo;, afirmou o profissional, que, por medida de segurança, pediu para não ser identificado. Ele disse, ainda, que logo que assumiu o cargo o diretor temia represálias e usava carro blindado, procedimento que abandonou depois de certo tempo. ;Na nossa profissão, o medo sempre existe, mas temos que conviver com ele;, disse. A assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro ainda não se pronunciou sobre o caso. O secretário Cesar Rubens Monteiro de Carvalho esteve no local do crime na manhã de hoje e deve divulgar uma nota oficial à tarde. Casos semelhantes vêm sendo registrados nos últimos anos. Em agosto de 2003, Abel Silvério de Aguiar, outro diretor de Bangu 3, que na época era composto pelas atuais alas A e B, foi assassinado com dez tiros enquanto trafegava pela Avenida Brasil. O crime aconteceu cerca de 15 dias depois do assassinato do coordenador de segurança do conjunto, Paulo Roberto Rocha, na mesma via. Em 2006, o chefe da segurança de Bangu 3, Henrique Fernandes da Silva, foi executado com nove tiros na porta da casa onde morava, em Bangu, diante da mulher grávida e de dois filhos. Em março de 2004, Wagner Vasconcelos da Rocha, que era subdiretor de Bangu 1, levou três tiros quando seguia para o trabalho. Em setembro de 2000, a então diretora de Bangu 1, Sidneya de Jesus foi assassinada quando chegava em casa, na Ilha do Governador, zona norte da cidade.

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