Brasil

Presos dois acusados de ligação com PCC em SP

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postado em 29/10/2008 08:48
Investigadores detiveram na terça-feira (28/10) dois homens suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que age dentro e fora do sistema prisional paulista. Os dois homens foram detidos num barraco em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. A denúncia que havia chegado aos investigadores era de que no interior da casa uma pessoa estava sendo "julgada" por membros do PCC e que seria morta a qualquer momento. Os policiais então seguiram até o endereço. No local não havia nenhum "réu", mas apenas os dois suspeitos, com os quais os policiais encontraram 300 gramas de cocaína e parte de uma carga de materiais para construção e aparelhos eletrônicos. Ao levantarem os últimos boletins de ocorrência sobre carga roubada, os policiais verificaram que o material encontrado com a dupla pertencia a uma carga que havia sido levada no dia 22 de setembro e que o caminhoneiro e o ajudante, na ocasião, foram levados para um cativeiro, onde permaneceram por 6 horas até que o bando descarregasse todas as caixas. As vítimas foram até a delegacia, mas não reconheceram os dois suspeitos. Mesmo assim, a dupla foi indiciada, primeiro por receptação, em razão dos produtos que estavam no barraco, e segundo por tráfico de drogas por causa da cocaína. Depois de ouvir o depoimento das duas vítimas e tomar ciência do ocorrido durante as 6 horas de cativeiro, o delegado Ricardo Guanaes, da 7ª Delegacia Seccional, junto com sua equipe, vai averiguar se realmente a dupla detida tem envolvimento com a facção criminosa e se procede a denúncia de que um deles seria o "disciplina" da facção, "soldado" responsável por matar as pessoas de acordo com ordem do PCC. Somente neste ano, há o registro na Grande São Paulo de 22 corpos encontrados carbonizados, a grande maioria no interior de veículos incendiados e abandonados por bandidos. De abril para cá, foram 14. Há suspeita de que os "soldados" da facção estejam usando o artifício como forma de dificultar o trabalho de investigação da polícia em torno das execuções realizadas a mando do PCC.

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