postado em 29/10/2008 09:31
Um dos principais líderes da maior greve da história da polícia de São Paulo alerta: a paralisação só vai acabar quando uma ampla reforma da Polícia Civil for colocada em pauta pelo governo paulista. "O movimento pode durar até o fim do governo, por mais 720 dias. Mesmo não sendo o que queremos", afirma o diretor da Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo, o delegado André Dahmer.
Usando termos caros aos governos tucanos, Dahmer fala que a greve da categoria está sendo "proativa", na luta por um "choque de gestão". Ele defende que eventuais mudanças reivindicadas pelo movimento permitiriam a diminuição da ingerência política na definição dos quadros e a ascensão na carreira pautada em critérios técnicos, mais parecido com o que ocorre hoje com a Polícia Militar. "Uma cidade como Adamantina, com 32 mil habitantes, tem três delegacias, uma seccional, cadeia pública e departamento de trânsito. Miracatu, com a mesma população, tem só um distrito. Cidade Tiradentes, em São Paulo, com 500 mil habitantes, também".
O diretor nega que atua por interesses partidários. Com 17 anos de polícia, no ano 2000, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dahmer era diretor da Secretaria Nacional de Segurança Pública e atuou como coordenador e articulador das ações de segurança nos diferentes Estados. Em 2002, participou da elaboração do programa de segurança pública do então candidato a presidente pelo PSDB, José Serra. Nessa época, diz ter defendido grande parte das demandas existentes por parte das 18 entidades que integram a atual greve.