Jornal Correio Braziliense

Brasil

Hospital público de São Paulo tem primeira grávida com óvulo doado

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Uma paciente do hospital público Pérola Byington, em São Paulo, foi a primeira, utilizando o Sistema Única do Saúde (SUS), a ficar grávida com um óvulo doado. A mulher tem 42 anos e não teve sua identidade revelada. O hospital realiza gratuitamente o processo de doação de óvulos sadios para mulheres com mais de 40 anos que não conseguem engravidar. As doadoras serão pacientes que fazem tratamento de fertilização in vitro no hospital, e que obtem óvulos sobressalentes à sua necessidade. "Temos pacientes mais velhas que já não tem capacidade de produzir óvulos em qualidade suficiente para fertilizar e implantar. Essas pacientes recebem óvulos excedentes de pacientes mais jovens, que tem menos de 35 anos", explica o diretor da clínica de reprodução assistida do Pérola, Mário Cavagna. O hospital implanta óvulos doados em muheres de até 50 anos que não conseguem engravidar. O gameta implantado é fertizado com sêmem do parceiro da mulher que tem problemas para engravidar. Antes da doação, o hospital cadastra as pacientes com menos de 35 anos, que aguardam na fila e que estariam dispostas a doar óvulos. A partir daí, busca-se entre as candidatas a receber a doação aquela que tenha o mesmo tipo físico e sangüíneo da doadora. As duas pacientes passam por uma série de exames para detectar possíveis doenças, como aids, hepatite, sífilis e problemas genéticos graves. Depois dos exames, as doadoras começam a usar medicamentos para estimular a produção de óvulos aproveitáveis. As receptoras são medicadas para facilitar a recepção do embrião. Assim que os hormônios fazem efeito, os óvulos são retirados, fecundados com o sêmen do pai e reinseridos na receptora. As crianças geradas a partir da doação de óvulos herdam as características genéticas da mãe biológica, apesar de gestadas por outra mulher. A identidade da doadora não pode ser fornecida à receptora por determinação do Conselho Nacional de Medicina.