postado em 29/10/2008 20:05
A polícia do Rio anunciou nesta quarta-feira (29/10) que identificou os autores do seqüestro da chinesa Ye Goue, de 35 anos. As investigações concluíram que ela foi levada e morta por quatro policiais, dois civis e dois militares, após realizar uma transação ilegal para trocar R$ 220 mil por US$ 110 mil em uma casa de câmbio, de um shopping na Barra da Tijuca, na zona oeste, no dia 17 de julho. Os acusados tiveram a prisão preventiva decretada hoje por latrocínio e ocultação de cadáver. Todos negaram o crime e prometeram se apresentar a Corregedoria-Geral Unificada (CGU). Até hoje, apenas um policial civil e um PM estiveram na CGU e foram presos.
"O cabelo da vítima foi encontrado na viatura policial usada no seqüestro, a quebra de sigilo telefônico mostrou que os acusados estavam no shopping e se comunicaram várias vezes na hora do crime. Além disso, as várias contradições nos álibis dos acusados formaram um conjunto de provas contundentes", disse o delegado-titular da 16ª Delegacia de Polícia da Barra da Tijuca, Carlos Augusto Nogueira Pinto. Ele revelou que os testes realizados não tiveram condições de apontar se o sangue encontrado na viatura era da vítima.
Entre os acusados já estão presos o ex-PM e policial civil Marcelo Gomes Costa e o PM Izan Chaves de Melo. O PM Claudio Rodrigues de Azevedo e o policial civil Fabiano Amaral Bernardes ainda não se apresentaram. O marido de Ye Goue, o comerciante chinês Chen Chen Hou, também será investigado. A polícia quer saber qual a sua ligação com o dinheiro que a mulher trocava na casa de câmbio.
As investigações apontam que não era a primeira vez que ela teria sido extorquida por policiais. Outros agentes Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), onde estavam lotados os policiais civis envolvidos no crime, estão sendo investigado por outras extorsões contra a chinesa. Nogueira Pinto descartou a hipótese de que a chinesa ainda seja encontrada com vida e acha difícil o corpo ser encontrado. "A única esperança de encontrar o corpo é que algum dos acusados faça revelações em troca da delação premiada", afirmou.