postado em 30/10/2008 21:17
As falhas no sistema de vigilância do presídio de segurança máxima de Bangu 8, na zona oeste do Rio, podem ter contribuído para a fuga, pela porta da frente, do ex-policial militar Ricardo Teixeira Cruz, o Ricardo Batman, na última segunda-feira (27/10). Pelo menos é o que acredita o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Rio, Francisco Rodrigues. O ex-PM é acusado de integrar a milícia Liga da Justiça.
De acordo com Rodrigues, não existe identificação por digitais ou fotos no Complexo de Gericinó, onde fica Bangu 8. O próprio funcionário, informou o sindicalista, põe o nome e matrícula em um livro, tanto na entrada quanto na saída.
Durante coletiva na terça-feira (28), o secretário de Administração Penitenciária do Rio, César Rubens Monteiro de Carvalho, confirmou que a placa do Pálio que entrou no presídio para resgatar o ex-PM era igual a que servia o diretor de uma outra unidade prisional. Além disso, os ocupantes do carro entraram uniformizados e com matrículas verdadeiras.
Na opinião de Rodrigues, não houve falha no controle de entrada do presídio, já que o carro e as pessoas que retiraram Batman de Bangu supostamente estavam cadastrados. Para ele, algum servidor do presídio realmente ajudou na fuga, repassando informações sigilosas que contribuíram para a saída do detento pela porta da frente.
Rodrigues afirma ainda que existe uma fragilidade muito grande no sistema. "Não faltou vigilância, o hábito dos agentes e PMs foi cumprido, o que falta é um esquema mais eficaz, mais eficiente. Então, dizer que existe segurança máxima nessas unidades, onde os detectores de metais vivem com defeito e onde o circuito vive sempre quebrado, é brincar com a sociedade", disse Rodrigues.
O sindicalista revelou ainda que nenhuma câmera de Bangu 8 estava funcionando no dia da fuga. Segundo ele, as imagens que a polícia tem são de uma câmera da unidade localizada em frente, que fica a cerca de 30 metros de distância.
Por meio da assessoria de imprensa, o Secretário de Administração Penitenciária, César Rubens Monteiro de Carvalho, disse que não vai se pronunciar enquanto não houver um documento assinado por Rodrigues com todas as denúncias.