Brasil

Loyola ganha o Prêmio Jabuti de ficção

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postado em 01/11/2008 14:27
A certeza de que Cristóvão Tezza iria ganhar o Prêmio Jabuti de melhor ficção do ano era tamanha que Ignácio de Loyola Brandão conversava despreocupadamente quando o nome do vencedor foi anunciado, na noite de sexta-feira (31/10), na Sala São Paulo. "Foi quando o poeta Ivan Junqueira, com quem eu falava, disse: ;É você! Vai lá!’", comentou Loyola, lembrando sua surpresa com a platéia virada para ele, aplaudindo-o. E, durante o curto caminho que o levou até o palco para receber o prêmio de R$ 30 mil pelo livro infantil O Menino que Vendia Palavras (Objetiva), ele improvisou um discurso. Colunista do Estado, Loyola acreditava que o catarinense Cristóvão Tezza seria o vencedor, uma vez que ele levou os principais prêmios literários do ano (APCA, Bravo, Portugal Telecom e o próprio Jabuti na categoria romance). As chances se reduziam ainda mais pelo fato de seu livro ter ficado em segundo lugar entre os infantis, atrás de Sei por Ouvir Dizer (Edelbra), de Bartolomeu Campos de Queirós. "Tudo indicava que o Tezza seria o vencedor, daí minha surpresa", disse Loyola, já no palco. Lá, ele dedicou o prêmio às suas professoras primárias Lurdes e Ruth, que ainda estão vivas e moram em Araraquara. "Aos 72 anos, eu tenho a felicidade de ainda conviver com elas, que inspiraram a escrever esse livro " Elas são homenageadas nas personagens de duas professoras de um garoto que, ao descobrir a importância das palavras, arma um plano astuto: quando alguém não sabe o significado de alguma delas, ele simplesmente vende a informação. Autor de 31 livros, Loyola conta que não sente diferença ao escrever para adultos ou crianças. "Na verdade, produzo naturalmente, sem me preocupar para qual público aquele trabalho se destina", conta ele, que já prepara outro livro infantil, dessa vez inspirado em seu avô que, no início do século passado, esculpiu um circo de cavalinhos. O título provisório é Os Olhos Loucos, os Cavalos Cegos. A obra de Loyola não foi a primeira juvenil eleita como o livro de ficção do ano. Em 1997, venceu Um Passarinho Me Contou, de José Paulo Paes, e, em 2003, Bichos que Existem & Bichos que Não Existem, de Arthur Nestrovski. Na categoria não ficção deste ano, o escolhido foi 1808 (Planeta), de Laurentino Gomes.

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