postado em 11/11/2008 12:59
A denúncia de contaminação surgiu com o relatório do Greenpeace divulgado no dia 16 de outubro. A organização não-governamental coletou algumas amostras de água de poços artesianos que abastecem a população do município de Caetité, a 700km de Salvador, e nas análises indicaram que o nível de urânio estava acima do permitido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
O ministério Público vai investigar agora se esse nível de urânio acima do permitido é em razão da atividade das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) ou se é característico da própria região, que é naturalmente radioativa, explica a desembargadora do Ministério Público Federal da Bahia, Flávia Galvão Arruti em entrevista hoje (11) ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
O Ministério Púbico Federal realizou uma audiência pública em Caetité na última sexta-feira (07/11), com o objetivo de ouvir a comunidade local sobre a questão.
"Começamos 18h e fomos até 1h da manha. O Ministério Público anunciou diversas medidas que iria adotar, entre elas a realização de uma auditoria independente, com peritos que serão designados pelo Ministério Público Federal, com a participação da população, da INB e da Comissão de Energia Nuclear", explica. O objetivo, segundo a desembargadora, é verificar se a IBM tem ou não responsabilidade sobre a contaminação.
Para a desembargadora, o Greenpeace fez um excelente trabalho. Ele foi o catalizador dessas informações. Apesar de já existir um procedimento administrativo no Ministério Público investigando a INB, é a primeira vez que chega uma denúncia sobre elevado índice de urânio em Caetité.