postado em 12/11/2008 09:52
O segurança preso pelo assassinato de um cliente nas Casas Bahia da Estrada de Itapecerica, no Campo Limpo, Zona Sul da capital, afirma que o rapaz esfregou a nota fiscal da compra que havia feito em sua cara durante uma discussão. A versão foi dada pelo segurança Gemilson Silva Souza, de 29 anos, em seu depoimento à polícia, na noite de segunda-feira. Ele acabou detido logo após atirar em Alberto Milfonti Júnior, de 23, que havia comprado um colchão na loja.
No depoimento, encerrado de madrugada, Gemilson disse que Alberto teria dado quatro passos para trás e colocado uma das mãos na cintura, como se estivesse armado. Em seguida, o segurança matou o cliente com um tiro no rosto, anteontem à tarde.
Mas dez testemunhas ouvidas pela polícia disseram que Alberto apenas mostrou a nota fiscal, no valor de R$ 350, ao segurança para provar que era cliente, já que havia sido tratado como suspeito de assalto.
Na terça-feira, um dia após o crime, a loja abriu normalmente. Em nota à imprensa, as Casas Bahia informaram que estão à disposição da polícia. A empresa Gocil, responsável pela segurança, adotou o mesmo procedimento.
O caso mobilizou os amigos de Alberto, no Jardim Antonieta, Zona Sul. Uma folha fixada na porta da casa da família, hoje à tarde, anunciava o horário e o local de partida do ônibus que levaria os amigos e vizinhos ao Cemitério Gethsémani, no Morumbi. ;O tio dele bancou o ônibus, e os moleques pagaram a gasolina. Ele era amigo de todo mundo aqui;, disse o vendedor Ricardo dos Santos, de 24 anos.
Gemilson foi indiciado por homicídio doloso no 37º DP (Campo Limpo). ;Ele demonstrou que não tinha capacidade para esse função;, criticou o delegado Gilberto de Castro Ferreira.
A Polícia Federal confirmou que Gemilson tinha autorização para trabalhar armado. Na tarde de terça-feira, ele foi transferido para o 13º DP (Casa Verde), onde fica a carceragem para profissionais que trabalham com vigilância.