postado em 15/11/2008 09:43
As fortes chuvas que atingem as regiões Sul e Sudeste vêm provocando mortes e destruição, além de atingir milhares de pessoas em várias cidades brasileiras. Minas Gerais, onde as tempestades são freqüentes há dois meses, é o estado mais castigado, com 1.896 desabrigados (sem lugar para ficar) e 7.851 desalojados (levados a casas de conhecidos), segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec).
Esta sexta-feira foi mais um dia de congestionamentos, inundação, prejuízo e muito transtorno para moradores de Belo Horizonte e do interior do estado. Além da lentidão no trânsito da capital, centenas de pessoas tiveram perdas com a pancada de chuva que atingiu a região metropolitana durante a manhã. Somente no Anel Rodoviário houve nove acidentes, o que causou retenção no tráfego. De acordo com a BHTrans, o tempo chuvoso e o grande número de veículos nas ruas, típico de sexta-feira, agravaram a situação no Centro da capital.
Depois de 12 horas de chuva ininterrupta em Contagem, uma da cidades mais afetadas, houve inundação do Ribeirão Arrudas e dois carros foram levados pela enchente. Os dados do Cedec dão idéia da destruição: 29 prefeituras mineiras decretaram situação de emergência e outras 16 comunicaram problemas causados pelos temporais. Até o momento, três pessoas morreram em decorrência de tempestades: duas foram arrastadas pela enxurrada, em setembro, em Betim; e, na última quarta-feira, em Salinas, no norte de Minas, Maria Cely dos Santos, de 26 anos, foi atingida por um raio e não resistiu aos ferimentos.
Morte
Outro estado bastante prejudicado é o Rio de Janeiro. Em diferentes acidentes nas rodovias fluminenses, pelo menos duas pessoas morreram ontem. Na quinta-feira à noite, uma criança de 7 anos morreu soterrada em Volta Redonda (sul do estado) quando sua casa desabou. Isabela Vieira Ferreira estava com a mãe, Josiane Vieira, 31 anos, no segundo pavimento do imóvel quando um barranco deslizou sobre ele. A casa desabou e as duas ficaram sob os escombros. Isabela morreu antes de chegar ao hospital e Josiane conseguiu sobreviver. No município, outras 22 pessoas ficaram feridas.
A Baixada Fluminense foi a região mais atingida. Em Belford Roxo, várias ruas ficaram alagadas em pelo menos três bairros que ficam às margens do Rio das Botas. A Defesa Civil estadual informou não ter notificações de feridos. Em Petrópolis, os bombeiros resgataram com vida a dona de casa Vera Lúcia Fernandes Tostes Emmel, 53 anos, e o filho Alex Tostes Emmel, 19, que foram soterrados em casa por uma barreira que deslizou. Eles estão internados com escoriações e passam bem. Na capital, houve também vários pontos de alagamentos e apenas um registro de pessoa ferida levemente pela queda de um reboco. A Defesa Civil permanece de alerta em razão das informações de novas chuvas no fim de semana.
Duas pessoas continuavam desaparecidas ontem em Itapoá, município de Santa Catarina. Em todo o estado, 34 cidades já decretaram emergência, de acordo com a Defesa Civil. A situação mais crítica é a de Itapoá, que está isolada e com 176 pessoas desabrigadas e desalojadas. O município está sem acesso, pois os rios Saí Mirim e Saí-Guaçu invadiram as rodovias. Em Joinville, o número de desabrigados e desalojados diminuiu, passando para 330 pessoas. Cidades goianas também foram atingidas. Em Goiânia, a água invadiu casas e 90 moradores ficaram desabrigados. A chuva também provocou tumulto no trânsito.