postado em 18/11/2008 13:28
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou nesta terça-feira (18/11) que nenhuma instituição ou órgão do governo está imune a desvios de conduta, mas ponderou que o mérito das investigações não pode legitimar tal prática.
São dois pontos que nós temos que trabalhar dentro da legalidade: observando todo o arcabouço legal do país e todas as normas internas de procedimento da polícia. O resultado disso é uma prova legítima e que vai produzir efeitos melhores do que quando há desvio de conduta.
Durante o lançamento de um novo sistema de apoio ao Departamento de Polícia Federal (DPF) no controle e fiscalização de produtos químicos, ele evitou comentar os últimos episódios da Operação Satiagraha e afirmou apenas a Polícia Federal está funcionando plenamente.
Temos um modelo exemplar de uma corregedoria independente. Se, nas operações rotineiras, a direção não interfere, muito menos vai se envolver em investigações da corregedoria porque, aí sim, estamos maculando a estrutura da polícia. Se houve vazamento, abaixo ou acima do encarregado, a corregedoria está apurando com isenção.
Sobre a possibilidade de o delegado afastado Protógenes Queiroz voltar a responder pela Satiagraha, Corrêa avaliou que ele é um profissional de polícia e que, enquanto estiver na instituição, sua a atividade essencial é investigar.
Ele é um servidor a mais como qualquer outro da Polícia Federal. Estamos usando cada um dentro do seu potencial e de forma a dar maior retorno ao serviço. Não personalizamos a gestão da polícia ou as operações. Isso não é patrimônio de ninguém, é o Estado brasileiro reagindo ao crime.
O diretor-geral da Polícia Federal informou ainda que, na tarde de hoje, irá se reunir com a direção da Abin na sede da Polícia Federal para agilizar e estreitar os processos de investigação internos.
O novo software, lançado hoje, é uma forma de modernizar o parque tecnológico da Polícia Federal para que o combate seja ágil, eficaz e eficiente e para que identifique substâncias que poderiam ser usadas no tráfico de drogas.
A qualidade da cocaína que tem entrado no nosso território já tem baixado em função da dificuldade de acesso aos produtos químicos. E a responsabilidade é porque a maior planta petroquímica da América do Sul é do Brasil. Com esse mecanismo, passaremos a ter [estimativas de quanto é desviado]. Toda a exportação, o comércio interno, o transporte, tudo isso será controlado.