Brasil

MST ocupa sede do Incra no Rio para pressionar por desapropriações

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postado em 18/11/2008 19:04
A sede da superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Rio de Janeiro, foi ocupada hoje (18) por cerca de 60 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST), provenientes do norte do estado. Segundo um dos líderes do movimento, Léo Haua, o objetivo é cobrar do Incra mais agilidade nos processos de desapropriação de terras. Atualmente existem 1.452 famílias acampadas em todo o Rio de Janeiro, a maioria em condições precárias de sobrevivência, de acordo com o líder do MST. ;Essas famílias sofrem violência constante por parte de jagunços e têm suas lavouras destruídas;, denunciou. De acordo com ele, as duas principais reivindicações são aumentar o número de vistorias, das atuais 32 para 60, e a contratação de assistência técnica para os assentados. ;A atuação do Incra está extremamente abaixo do ritmo necessário. O órgão está desestruturado, com grande parte dos funcionários em fase de aposentadoria e faltam veículos para levar os técnicos às fazendas;, disse Haua. O superintendente regional do Incra, Mário Lucio Melo, disse que não considerava a ocupação do prédio uma afronta e que o importante é manter o diálogo. ;Eles estão desesperados, mas são pessoas de bem, que desejam apenas uma oportunidade para plantar e trabalhar;, disse Melo. Segundo o superintendente, alguns processos acabam travados por motivos burocráticos e morosidade judicial. Ele citou como exemplo a necessidade das terras precisarem de laudos da Fundação Estadual de Engenharia Ambiental (Feema) para serem liberadas. Melo informou que amanhã (19) o Instituto dará entrada na Justiça com pedido de emissão de posse da Fazenda Arroz Dourado, de 603 hectares, no município de Campos, no norte fluminense. No local, será possível assentar 40 famílias. Outras cinco fazendas, segundo o superintendente do Incra, já estão em fase adiantada de desapropriação, totalizando quase 7 mil hectares, suficientes para assentar cerca de 300 famílias. Outras 50 fazendas no estado estão em processo de vistoria, chegando a 20 mil hectares. A maioria é formada por terras abandonadas, canaviais degradados e espólio de usinas falidas.

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