postado em 19/11/2008 12:15
Altamira (PA) - O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão chegou há pouco à Delegacia da Polícia Federal em Altamira (PA), para prestar depoimento. Ele será ouvido no inquérito que investiga informações de uma ata do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sobre uma reunião realizada no dia 28 de outubro, entre entre agricultores, assentados, representes do órgão, e o próprio Regivaldo. Segundo a ata, ele afirmou ter documentos de posse do lote 55, na zona rural do município de Anapu (PA), onde a missionária norte-americana Dorothy Stang foi assassinada em 2005.
O fazendeiro, conforme a ata, propôs a agricultores que vivem na região a troca de 2,5 mil hectares de floresta do lote 55 que seriam cedidos ao Incra por uma área de pasto de 500 hectares. Regivaldo contesta o conteúdo da ata, assinada pelo representante do Incra em Altamira, Ulair Batista Nogueira. Segundo o advogado do fazendeiro, o documento é uma fraude.
Nesta quarta-feira (19/11), ao chegar à delegacia, Regivaldo disse que apresentará documentos à PF, sem informar o conteúdo deles, e negou ser dono do lote 55. ;A terra não me pertence, é mais uma mentira divulgada;, disse o fazendeiro, que será ouvido pela delegada responsável pelo inquérito, Daniela Soares Araújo. O depoimento será acompanhado pelo procurador da República em Altamira, Alan Rogério Mansur Silva.
O fazendeiro é acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Dorothy Stang. Ele chegou a ser preso, mas responde ao processo em liberdade. Regivaldo é o único dos acusados de participação no crime que ainda não foi a julgamento.