Jornal Correio Braziliense

Brasil

Polícia conclui que posição errada de manete foi principal causa do acidente em Congonhas

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A polícia de São Paulo considera que a posição errada de um dos manetes (alavanca que acelera a turbina do avião) durante o pouso do Airbus A320 da TAM, foi a principal causa do acidente no Aeroporto de Congonhas em 17 de julho de 2007, que resultou na morte de 199 pessoas. ;O fator principal do acidente foi o fato de o manete correspondente ao motor do lado direito ter sido deixado na posição climb [subida], que quer dizer aceleração, ou seja, posição de decolagem, enquanto o outro manete estava na posição correta, que é a posição reverso;, explicou nesta quarta-feira (19) o delegado responsável pelo inquérito,o titular do 15º Distrito Policial da cidade de São Paulo, Antonio Carlos Menezes Barbosa. O delegado ressaltou que as investigações apontaram ser muito remota a hipótese de que tenha havido um problema técnico no equipamento. No entanto, as análises nas peças do avião, realizadas na França, não foram conclusivas. ;De forma que nós não podemos afirmar com 100% de certeza que tenha havido um erro humano;, disse. Menezes lembrou que antes do acidente no aeroporto de Congonhas, mais quatro haviam acontecido em outras partes do mundo, desde 2002, com as mesmas causas, ou seja, o manete ter sido deixado na posição de subida na hora do pouso. De acordo com o delegado, em razão desses acidentes, a fabricante da aeronave emitiu comunicado às operadoras e às autoridades aeronáuticas sobre a implantação de um dispositivo sonoro e visual no painel do avião para que o erro fosse evitado. ;Por razões que nós ignoramos, esse dispositivo saiu em uma categoria chamada desejável, ou seja, não obrigatória. E isso foi homologado pela autoridade aeronáutica francesa e brasileira;, afirmou. Além do erro da posição da manete, a polícia elencou no inquérito ;fatores contribuintes; ao acidente. Segundo Menezes, uma série de inobservâncias de regras de segurança de vôo foi constatada pela investigação. Ele citou, por exemplo, o descumprimento da recomendação de que, após um longo período de estiagem e após a reforma de uma pista de um aeroporto, seja feita a medição do coeficiente de atrito da pista durante precipitações pluviométricas. ;No dia do acidente, às 17h01, houve a interdição da pista, devido à reclamação de um piloto da Gol. Uma vez interditada, essa pista foi liberada após dez minutos, tendo os funcionários da Infraero se limitado a verificar se havia ou não poça d;água. Segundo as normas, haveria necessidade de medir o coeficiente de atrito. Temos informações de que foi feita a medicação de coeficiente, mas antes que começassem as chuvas;, disse.