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Santa Catarina tem 30 desaparecidos, mas número pode ser maior, segundo a Defesa Civil

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postado em 25/11/2008 11:06
Além de 65 mortos e dos mais de 52 mil desabrigados e desalojados, o estado de Santa Catarina tem ainda 30 pessoas desaparecidas, sobretudo por conta dos deslizamentos de terra na região. Entretanto, o número, de acordo com o major Márcio Luiz Alves, diretor estadual de Defesa Civil estadual, está ;aquém da realidade;. ;Não é nenhum pessimismo. Há famílias soterradas sobre as quais não temos nem notícias. Esses desaparecidos [30, oficialmente] são fruto de pessoas que nos informaram. Quantos são os soterrados que ninguém sobrou da família ou as pessoas que estão sem comunicação? É uma situação desesperadora;, afirmou, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. Alves destacou que o clima no estado ;começa a ficar favorável;, uma vez que as chuvas, apesar de não terem cessado ainda, seguem mais fracas. O nível do Rio Itajaí-Açu, que chegou a atingir 12 metros acima do normal, baixou para 8 metros acima ; faixa, segundo o major, considerada fora da cota de alerta. ;A situação ainda é crítica porque temos diversas áreas isoladas e muitas pessoas soterradas e desaparecidas. Temos em um parque aquático 600 pessoas, entre crianças, jovens e idosos, que estão isolados desde sexta-feira, com dificuldades de alimentação e medicação. Ontem (24), chegamos ao local com helicóptero, levamos médicos e alimentação e mandamos um coordenador para que consiga controlar essas pessoas que não quererem, de qualquer forma, sair, porque seria muito perigoso.; De acordo com Alves, os deslizamentos de terra continuam na região e os desabamentos devem seguir por pelo menos mais dez dias. Ele avaliou que as encostas parecem ;sorvete;, uma vez que se desmancham a todo momento. Algo que Alves, em 17 anos de carreira na Defesa Civil de Santa Catarina, afirma jamais ter visto. ;Nossa maior preocupação não são mais as águas, mas os deslizamentos. Dez dias é o que nós imaginamos que o solo ainda estará instável e possa provocar deslocamentos. Estamos recebendo especialistas em geologia, pessoas renomadas, para que nos dêem um aporte de tecnologia e uma avaliação adequada de segurança.; Ele lembrou que foi instalado um centro de comando aéreo no município de Navegantes, que conta com um total de 14 aeronaves. ;Temos médicos, alimentos e água. O problema é como fazer para chegar [nas áreas atingidas].; Alves afirmou que a Defesa Civil local já tentou acesso às comunidades isoladas até mesmo por meio de carros-anfíbios e de tanques de guerra de propriedade do Exército brasileiro, mas não teve sucesso. ;O alerta foi feito no momento certo, as questões meteorológicas têm sido acompanhadas. Não era previsível, porque o problema foi de deslizamento, uma situação que não é comum para Santa Catarina. No universo de mortes, apenas uma pessoa morreu afogada, no município de Bom Jardim da Serra. Os outros morreram soterrados. O desastre principal aqui não são as enchentes, são os deslizamentos, o colapso total das encostas do Vale do Itajaí, algo, para nós, inédito.; Diante da proximidade do recesso de fim de ano e das férias coletivas em janeiro, o major alertou turistas de todo o país que não visitem Santa Catarina pelo menos nos próximos dez dias ; sobretudo, o litoral, região mais castigada pelos temporais. Mas, segundo ele, o estado estará pronto para receber visitantes no verão. ;O governo federal já sinalizou com recursos para que isso ocorra. Pedimos aos nossos turistas que, nos próximos dias, não venham a Santa Catarina. E, se precisarmos de mais dez dias, vamos pedir. É uma questão de responsabilidade.;

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