Brasil

Rapaz é assassinado com 26 tiros em loja em Belo Horizonte

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postado em 25/11/2008 19:56
Moradora da Rua Narcísio Teixeira Abreu, no Bairro Céu Azul, na região da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), a família Paz conheceu ontem o significado da palavra violência. Hélio Rocha da Paz Júnior, que completaria 27 anos em dezembro, foi executado com 26 tiros de pistolas 9mm e .40, na loja de moda inaugurada por ele e o pai há um ano e meio. Testemunhas contaram a policiais militares e civis que dois homens chegaram ao local numa moto e, sem retirar capacetes, entraram com as armas em punho e foram logo apertando o gatilho. Ninguém anotou a placa da moto. A Delegacia de Crimes contra a Vida (DCcV) não tem pista da dupla, mas tem algumas linhas de investigação, como queima de arquivo e envolvimento com o tráfico. O que já foi descartado é o crime de latrocínio, pois os assassinos não levaram nada. A vítima, que era casada e não tinha filhos, tem prontuário policial por envolvimento com traficantes e assalto. Uma pista para desvendar o crime pode ser o celular do rapaz, que foi entregue pela família ao delegado Marcelo Manna, responsável pelo inquérito e que terá prazo de 30 dias para concluí-lo. O policial ficou surpreso com a quantidade de roupas da loja com preço alto para os padrões do bairro e não descarta que o homicídio tenha ligação com o negócio. ;Há peças que custam R$ 100. Sabemos que, na sexta-feira, ele viajou para a Rua 25 de Março (centro de compras em São Paulo). Foi execução;, disse o delegado, que ontem mesmo conversou com alguns parentes e a viúva. Ele ficou sabendo que o comerciante não estava sozinho na loja: a vítima conversava com um cunhado, que, de costas para os bandidos, ouviu os 26 tiros e saiu correndo sem identificar a dupla. ;Os dois homens desceram da moto e não tiraram o capacete. O cunhado estava de costas e não viu os criminosos chegando;, contou um vizinho, que preferiu o anonimato, pois na região impera a lei do silêncio. A morte de Hélio chocou os moradores. Uma multidão acompanhou de perto o trabalho da perícia. Enquanto os policiais contaram os tiros, parentes não escondiam as lágrimas. O pai do comerciante, Hélio Rocha da Paz, lamentou o ocorrido. ;Recebi a notícia no serviço. Não tenho palavras;, disse o chefe de família, admirado pelos vizinhos. A mulher da vítima, Nanci, ficou em estado de choque. Da mesma forma, as duas irmãs e a mãe do rapaz precisaram de atenção especial. Apesar de o corpo ter sido crivado de bala, a família tentaria doar os órgãos do comerciante.

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