Brasil

Chuvas desabrigam mais de duas mil pessoas no Rio de Janeiro

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postado em 29/11/2008 09:24
O número de desabrigados no estado do Rio de Janeiro chegou a 833 ontem, com as 436 pessoas que tiveram de deixar suas casas na noite de quinta-feira em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. A informação é da Defesa Civil estadual. O total de desalojados se mantém no estado em cerca de 2 mil pessoas. Segundo o chefe da Defesa Civil de Campos, Henrique Oliveira, a região do Imbé é a mais atingida na cidade. Ele informou que a Lagoa de Cima transbordou e algumas pessoas já estão sendo retiradas. O nível da lagoa subiu três metros, e a água invadiu casas de pescadores e mansões de veranistas.

O Rio Ururaí, em cujas proximidades moram mais de 3 mil pessoas, já invadiu várias casas. Oliveira disse que, em Campos, localizado em uma região muito plana, a água atinge com rapidez as casas. Os desabrigados estão em quatro escolas públicas. Há desabrigados também na Lagoa de Cima. A preocupação da Defesa Civil em Campos é com a possibilidade de uma enchente no Rio Paraíba do Sul, já que continua chovendo forte nas cabeceiras dos afluentes, tanto de Minas Gerais quanto de São Paulo. Já existe um plano de contingência, caso o Paraíba alcance a cota 10, considerada crítica. No momento, o rio está na cota 8.

A cidade é protegida por uma bateria de diques que tem capacidade para suportar a cota 12. A construção foi erguida após a grande enchente de 1966. Municípios vizinhos, como São João da Barra e São Francisco do Itabapoana, também sofrem os efeitos das chuvas. Em São Francisco, são mais de 150 desabrigados.

Medo
De acordo com a Defesa Civil, em todo o estado, o município mais afetado pelas chuvas continua sendo Rio Bonito. O município também apresenta maior risco de novos alagamentos e deslizamentos de terra. Levantamentos realizados pela Defesa Civil da cidade identificaram aproximadamente 2 mil casas em situação de risco de desabamento.

O coordenador da Defesa Civil de Rio Bonito, coronel Jomar Coimbra, informou que os principais bairros atingidos são Boqueirão, Bosque Clube, Rio Vermelho e Marajó, onde cinco casas desabaram e duas pessoas morreram na terça-feira. Por causa das chuvas, houve uma erosão no acostamento da BR-101 sentido Rio, na altura do Km 28, em Campos dos Goytacazes, perto da divisa com o Espírito Santo, e a pista está parcialmente interditada.

Segundo o Climatempo, as chuvas que castigam o estado há uma semana foram causadas pela Zona de Convergência do Atlântico Sul, que ocorre quando frentes frias estacionadas são alimentadas pelo ar úmido do Norte do país. O meteorologista André Madeira diz que a previsão para amanhã ainda é de tempo instável, mas o fenômeno deve perder força no domingo: ;Ainda haverá pancadas fortes de chuva no sábado, mas a Zona de Convergência perde força domingo;.

Cinco municípios continuam em situação de emergência: Carapebus (Norte), Silva Jardim (Litorânea), Paracambi (Baixada Fluminense), Barra do Piraí (Centro-Sul) e Rio Bonito. A Defesa Civil informou que a previsão é que as chuvas continuem em todo o estado no fim de semana e a orientação é para que os moradores evitem as áreas de encosta. Por conta das chuvas dos últimos dias, um trecho da RJ-106, próximo à altura de Cabiúnas, em Macaé, está interditado.

Exército
No Espírito Santo, chove há uma semana sem parar. As cidades da região da Grande Vitória são as mais afetadas. Em todo o estado, 20 municípios sofrem as conseqüências dos temporais.

Já há cerca de 2,2 mil desalojados e desabrigados, segundo informações da Defesa Civil do estado. Em Vitória, ontem à noite, soldados do Exército foram acionados para retirar moradores de áreas alagadas. A luz foi cortada em alguns bairros por ;medo de curto-circuito;.

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