postado em 29/11/2008 16:28
O sepultamento da arquiteta e decoradora Janete Ferreira da Costa, de 76 anos, que faleceu na noite de ontem, ocorreu às 15h deste sábado (29/11) no Cemitério Morada da Paz, em Olinda. A pernambucana era um dos nomes mais conhecidos da arquitetura nacional e lutava há mais de três anos contra um câncer no estômago. Ela morreu em casa, numa pequena Unidade de Terapia Intensiva (UTI) particular, montada há três dias pelo Hospital Português - depois dela ter passado 42 dias internada no centro médico, que fica na Ilha do Leite.
Segundo a assistente de Janete, Alzinete Henrique da Silva, ela preferiu passar os últimos momentos acompanhada da família e, mesmo sentindo muitas dores e precisando ficar boa parte do tempo sedada, ela não parou de trabalhar. ;Na última quinta-feira ela estava olhando alguns projetos e pedindo ajustes nos desenhos. Ela realmente era uma lutadora, não desistiu;, comentou. O velório de Janete começou por volta das 10h do sábado e já pela manhã reunia familiares, amigos e personalidades do estado.
Além do atual marido Acácio Gil Borsoi, de 84 anos, com quem ela tinha uma única filha, Roberta Borsoi, ela deixa outros três filhos, quatro netos e um bisneto. Juntos, eles mantêm o escritório Borsoi Arquitetura Ltda, na Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem, e mais duas filiais, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo. Os projetos que estavam em andamento, como um museu em Belo Horizonte, outro na Paraíba e alguns trabalhos para o Governo de Pernambuco, serão continuados pelos filhos da arquiteta, que já haviam assumido os escritórios dela.
"Durante todo este tempo ela manteve-se forte e espirituosa, sempre surpreendendo os médicos e superando diversos percalços. Nos últimos dias, contudo, ela estava mais frágil e, depois de ter passado bastante tempo no hospital, pediu aos médicos para ir para casa. Agora, deveremos tocar a bola para frente, que é isso que ela sempre nos ensinou", disse a filha Roberta, que cuida do escritório no Recife.
Janete, que teve diversas de suas obras executadas no Brasil e no exterior, nasceu no interior do estado, em Garanhuns, em 1932, e aprendeu seu ofício na Faculdade Nacional de Arquitetura, no Rio de Janeiro. Ela ainda estudou no antigo curso de Planejamento de Interiores no Instituto Joaquim Nabuco, em Casa Forte. Entre os trabalhos mais conhecidos, destacam-se as restaurações de bens históricos e tombados, como o Teatro de São Luís do Maranhão e o Palácio dos Leões, no Maranhão, e o Solar do Jambeiro e a Igreja São Lourenço dos Índios, no Rio de Janeiro.