postado em 01/12/2008 15:15
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta segunda-feira (1/12) uma parceria que prevê transferência de tecnologia voltada à produção de medicamentos contra a aids para Moçambique. Os anti-retrovirais são produzidos pela Farmanguinhos, unidade da Fiocruz.
O diretor da Farmanguinhos, Eduardo Costa, explicou que estão sendo pesquisados produtos específicos para o continente africano. Serão desenvolvidos medicamentos em versões para adultos e crianças, alguns não utilizados no Brasil.
Inicialmente, a partir de maio 2010, serão fornecidos ao país africano os anti-retrovirais Lamivudina, Zidovudina e a combinação Lamivudina, Zidovudina e Nevirapina. ;A idéia é dar suporte na área de atendimento e investir em profissionais e programas integrados;, disse Costa.
Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Marchiori Buss, a preisão é que o processo de transferência de tecnologia seja concluído em aproximadamente cinco anos.
;Estamos apostando em um trabalho global para acabar com pacotes prontos que europeus e americanos costumam fazer e que não têm compromisso com a população local, oferecendo formação profissional e condições de trabalho para que eles tenham pequenos institutos, um sistema de saúde, por menor que ele seja, para não dependerem [de outros países].;
O projeto é financiado por fundos internacionais, organizações não-governamentais e pelo próprio Brasil, que irá investir um total de US$ 8 milhões. Uma fábrica de propriedade do governo Moçambicano deve passar a embalar os medicamentos, primeira fase da transferência.
O presidente da Fiocruz informou que em Moçambique há 620 médicos para cerca de 20 milhões pessoas, uma média de 2,5 profissionais para cada 100 mil habitantes. O mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é 38 médicos para cada 100 mil habitantes.
;Esse trabalho com Moçambique vem do esforço da política externa brasileira de solidariedade, por um lado, e de tornar o Brasil presente em países que têm piores condições que nós, com quem temos um compromisso histórico;, ressaltou Paulo Marchiori Buss.