Brasil

Fiocruz diz que levará dias para identificar espécie de vírus que matou sul-africano no Rio

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postado em 03/12/2008 16:05
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta quarta-feira (3/11), em entrevista coletiva, no Rio de Janeiro, que levará de três a quatro dias para obter os resultados preliminares sobre a espécie do vírus que matou o empresário sul-africano William Charles, de 53 anos, nesta terça-feira (2/11), na Casa de Saúde São José, na zona sul da capital. José Cerbino Neto, infectologista da instituição, que participa das investigações, informou que há fortes indícios de que a espécie é da família do arenavírus, comum na África e transmitido por fezes e urina de roedores ou por secreções de pacientes infectados. Ele explicou que o contágio só ocorre com pacientes sintomáticos e não no período de incubação, e garantiu que não há qualquer risco de epidemia no Brasil. ;Não há transmissão aérea, a transmissão ocorre apenas com pessoas que tiveram contato com sangue, saliva, urina, vômito do paciente e os profissionais de saúde que tiveram essa possibilidade de contato já estão sendo monitoradas pela Secretária de Vigilância em Saúde. As pessoas que estiveram no local, porém, que não tiveram contato com o paciente não têm com o quê se preocupar,; explicou o infectologista. O empresário William Charles estava no Brasil para dar palestras desde o dia 25 de novembro. No sábado (29), ele passou mal e foi internado com febre, vômito, sangue na urina, aumento do fígado e pequenas erupções na pele. Lá, segundo a casa de saúde, ele ficou em isolamento. A Fiocruz descartou os vírus ebola, dengue hemorrágica e marburg, mas não descarta hipóteses de leptospirose, hantavirose e hepatite. Entretanto, a maior suspeita é de que empresário sul-africano tenha se contaminado por uma espécie ainda não identificada de vírus, em um hospital de Johanesburgo, na África do Sul, onde o sul-africano passou por uma cirurgia. ;A hipótese que existe neste caso é de uma pessoa que se infectou em uma área rural da Zâmbia e foi transferido para Johanesburgo, na África do Sul. Lá, quatro funcionários que prestaram assistência a esse paciente desenvolveram a doença e faleceram e essa pessoa que veio a falecer no Brasil tinha estado neste hospital onde aconteceram esses casos;, relatou o pesquisador da Fiocruz. O corpo do sul-africano continua em isolamento na Casa de Saúde São José, que informou estar aguardando orientação do Ministério da Saúde.

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