Brasil

Portadores de deficiência realizam passeata na Avenida Paulista

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postado em 06/12/2008 21:00
Animadas por um trio elétrico, dezenas de pessoas em cadeiras de rodas ou guiadas por cães e simpatizantes da causa pela defesa da acessibilidade aos portadores de algum tipo de deficiência física realizaram uma caminhada pela Avenida Paulista nesta sexta-feira (6/12). Foi a quinta marcha do gênero. ;Nos últimos quatro anos, viemos pedir mais acessibilidade aos portadores de deficiência na Avenida Paulista. Desta vez, nosso objetivo foi comemorar;, disse Juliana Remorini, referindo-se às melhorias nas adaptações de infra-estrutura da via, como rampas e rebaixamento das calçadas na travessia de pedestres. Ela é terapeuta e uma das organizadores da passeata, promovida pelo movimento social SuperAção. ;O deficiente não é aquele cara que fica em casa chorando porque não pode fazer nada. É o que tem dificuldade, seja qual for, mas que está na rua e que sai, está feliz e quer viver. E vamos lutar pela acessibilidade;, disse Juliana. Pelos dados oficiais, assinalou, cerca de 15% da população, ou seja, mais de 24 milhões de pessoas são portadoras de deficiências no país. Durante o trajeto, foram distribuídos à população uma espécie de cilindro de plástico inflável, nas cores preta e laranja, com a frase: ;Torna-te aquilo que és;, de autoria do pensador alemão Friedrich Nietzche. Entre os participantes, estava o matemático Marcos Pellegrini, 45 anos. Ao lado do filho, ele empurrava a sua cadeira de fabricação suíça com os lábios. Vítima de uma bala perdida durante um assalto em 1991, ele teve a coluna afetada, o que provocou a paralisação dos membros superiores e inferiores. Pellegrini contou que, na época, trabalhava na área de projetos de telecomunicações da Companhia do Metrô de São Paulo. Ele disse que decidiu continuar na ativa e hoje é coordenador da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo. Na passeata, também estava Júlia Nakayami. Ela se locomove sobre uma cadeira de rodas por causa de um problema congênito, provocado pelo nascimento prematuro, aos seis meses de gestação. ;Não tenho um diagnóstico certo;, contou Júlia, defendendo que, para ter uma inclusão maior na sociedade, sente falta de maior acesso ao transporte público. ;Antes, eu andava de muletas e há cinco anos passei a usar cadeira e a partir daí comecei a sentir mais. Eles [os ônibus] têm uma rampa própria, mas é mal adaptada e, às vezes, a gente cai;,disse, reivindicando melhorias na acessibilidade ao transporte coletivo rodoviário.

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