Brasil

País divide opiniões em conferência do clima na Polônia

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postado em 07/12/2008 11:53
A semana decisiva para as discussões diplomáticas da 14ª Conferência do Clima das Nações Unidas, em Poznan, Polônia, dirá se, ao fixar metas para a redução do desmatamento da Amazônia, o Brasil se tornou líder ou vilão na questão ambiental. Apresentadas na segunda-feira, em Brasília, dentro do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, as metas de reduzir 70% o desflorestamento vêm dividindo opiniões em Poznan. O país é elogiado por se comprometer com números, atitude vista por parte dos analistas como arrojada, em uma conferência marcada por evasivas. Mas enfrenta críticas de ambientalistas por prever objetivos ;pouco ambiciosos;, reconhecendo, na melhor das hipóteses, a perda 70 mil km² de floresta - um território igual ao da Bélgica e da Holanda somados. O plano nacional, divulgado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, marca uma reviravolta na política de Estado para a Amazônia. Cobrado desde sempre nos fóruns internacionais, o Brasil até aqui não aceitava estipular metas para redução do desmatamento enquanto nações industrializadas não se comprometessem. Segundo o consenso da comunidade científica em 2007, 20% das emissões mundiais de gases-estufa têm origem no desflorestamento. No Brasil, essas emissões representam 75% do total. Pelo texto, o governo se responsabiliza a reduzir em 40% o desmatamento médio anual no período 2006 a 2009, comparado a 1996-2005. Nos períodos seguintes (2010-2013 e 2014-2017), a meta passa para 30% em cada etapa. Com isso, o país evitaria a emissão de 4,8 bilhões de toneladas de gás carbônico (CO2) até 2017.

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