postado em 09/12/2008 12:49
Quem passou pela orla de Copacabana nesta terça-feira (09/12) pôde ver manequins representando corpos de pessoas enterradas em valas clandestinas e envolvidas por pneus, lembrando as vítimas incineradas vivas pelo tráfico no Rio de Janeiro. Esse foi o ato de protesto da organização não-governamental Rio de Paz contra os nove mil casos de pessoas desaparecidas, sem esclarecimentos, entre janeiro de 2007 e dezembro deste ano.
O presidente da ONG, Antônio Carlos Costa, disse que nos últimos anos houve um crescimento acelerado no número de pessoas desaparecidas e não há, em contrapartida, uma mobilização social eficiente contra a violência.
Entre 1964 e 1985, foram registrados 138 casos de desaparecimento de natureza política. Desde janeiro de 2007, nove mil pessoas desapareceram. ;Nós não vemos nenhuma mobilização da sociedade e nenhuma pesquisa. Quem está morrendo hoje é gente pobre, fora da escola. Se a classe média estivesse sofrendo nessa mesma extensão, o Rio de Janeiro já teria parado;, indagou.
Antônio Carlos estima que cerca de 70% das pessoas desaparecidas estão mortas, porém a organização fará em 2009 uma pesquisa para checar as causas e o número exato de desaparecidos A manifestação de final de ano da Rio de Paz ocorrerá no próximo sábado (13/12) na Paria de Copacabana e lembrará as 16 mil vítimas da violência nos últimos dois anos no Rio de Janeiro.