postado em 09/12/2008 18:30
Cerca de 50 indígenas moradores da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) participaram nesta terça-feira (9/12) de uma manifestação em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), que retoma amanhã (10) o julgamento sobre a constitucionalidade da demarcação contínua da reserva, com área de 1,7 milhão de hectares.
Com faixas e ao som de cantos típicos da etnias que vivem na reserva, o grupo pediu a manutenção da demarcação contínua da Raposa e a retirada dos não-índios que ocupam a área com grandes plantações de arroz.
O tuxaua (cacique) Pedro Raposo está confiante e acredita que os ministros do STF seguirão o voto do relator, ministro Carlos Ayres Britto, que, durante a primeira parte do julgamento, em agosto, votou pela manutenção da demarcação contínua da terra indígena. O julgamento foi suspenso pelo pedido de vista do ministro Carlos Alberto Menezes Direito.
;Vamos aguardar com esperança que o Supremo decida pela manutenção da reserva, pelo nosso direito constitucional. Esperamos sair vitoriosos. O mais importante dessa questão é a manutenção da nossa cultura, do nosso modo de viver, do conhecimento tradicionais e cultural, da resistência que o povo indígena tem;, apontou.
Amanhã, parte do grupo pretende acompanhar o julgamento de dentro do plenário do STF, mas a maioria deve permanecer do lado de fora do tribunal. ;Vamos receber apoio de etnias indígenas de outros estados do país, estão vindo para cá para a mobilização;, adiantou o cacique Dejacir Melquior.
O líder indígena afirmou que a área da reserva é uma ;terra sagrada; para os povos indígenas e que a demarcação contínua da reserva respeita direitos previstos na Constituição a esses povos. ;É preciso tirar de lá os fazendeiros, grileiros, os garimpeiros. Eles dizem que sustentam a economia do estado, mas isso não é verdade. Nós também trabalhamos, temos criação de gado, plantamos milho, mandioca;, argumentou Melquior.
O início da sessão do STF está previsto para as 9h. A retomada do julgamento começará com o voto do ministro Carlos Alberto Menezes Direito.