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Pesquisa mostra que 23,7% desconfiam do modo de atuação da PF

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postado em 18/12/2008 18:43
As críticas sobre a atuação da Polícia Federal ao longo do ano não afetaram a análise positiva feita pela direção geral da instituição. Mas 23,7%, dos 2 mil entrevistados ouvidos pelo Instituto CNT/Sensus, desconfiam do modo de agir da polícia. "Há um ano nos comprometíamos em modernizar a gestão da polícia e descentralizar. Isso foi feito", afirmou o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. "Mas precisamos uma busca constante para o aprimoramento das nossas provas." Nesta quinta-feira, o ministro da Justiça, Tarso Genro, criticou o uso abusivo de escutas telefônicas em inquéritos policiais. Mas o diretor-geral da PF negou que esse mecanismo seja utilizado com freqüência pela polícia. "Nós estamos muito confortáveis. Nós não usamos de forma banal a escuta. Em um universo de 160 mil inquéritos, apenas 3% tem esse instituto da escuta telefônica", disse Corrêa. A pesquisa ouviu os entrevistados em 136 municípios, de 24 Estados, no período de 8 a 12 de dezembro. A margem de erro da pesquisa varia em torno de 3%. Mas para o diretor-geral da polícia, Luiz Fernando Corrêa, os dados devem ser comemorados. Do total dos entrevistados, apenas 12,9% disseram confiar totalmente na PF, enquanto 31,3% afirmaram confiar em parte na instituição. Segundo a pesquisa, 64,8% dos entrevistados conheciam as operações realizadas pela Polícia Federal. Para a maioria dos entrevistados, a PF atua no combate às drogas, à corrupção e ao crime organizado, segundo a pesquisa realizada pela CNT/Sensus. Ações De acordo com dados oficiais, foram realizadas 218 operações especiais durante 2008, que levaram a 3.969 mandados de prisão cumpridos. Segundo a estatística da PF, 2.300 prisões foram preventivas. Para o comando da polícia, as ações devem ser analisadas a partir do foco das investigações realizadas: combate à corrupção, lavagem de dinheiro, narcotráfico e crimes ambientais, além das de cooperação internacional. No combate à corrupção, os destaques são para as operações Pasargada, que identificou irregularidades no repasse de recursos para os municípios; Santa Tereza, que descobriu uma rede que desviava recursos do BNDES envolvendo políticos, empresários e servidores. Houve ainda as operações João de Barro, que desmantelou um esquema de fraudes em Minas Gerais, e a Naufrágio, que levou a prisão de magistrados no Espírito Santo sob a acusação de venda de sentenças. A polêmica Operação Satiagraha, comandada pelo delegado Protógenes Queiroz, que descobriu um esquema de lavagem de dinheiro também é colocada entre os destaques da PF ao longo do ano. Mereceram ainda referências as operações Bicho Mineiro, Escambo, Mula, Clareira e Pedra Redona.

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