Brasil

Editora recebe selo por neutralizar carbono emitido na confecção de livros

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postado em 19/12/2008 07:53
A substituição de 3,5 mil sacolas plásticas usadas por ano, que podem levar décadas ou até séculos para serem degradados no meio ambiente, por outras feitas de papel reaproveitado, o emprego de matéria-prima reciclada para produzir 25 mil livros publicados anualmente e a promoção do plantio de 700 mudas de árvores de Mata Atlântica durante um ano são algumas das iniciativas que garantiram à editora da Universidade Federal Fluminense (UFF) o Selo Carbono Zero, pela neutralização do carbono emitido na confecção dos livros. O certificado, que será entregue nesta sexta-feira (19/12) pela organização não-governamental Projeto de Reflorestamento Integrado da Mata Atlântica (Prima), é conferido pela primeira vez a uma empresa desse ramo no país. De acordo com o diretor da editora, Mauro Romero, as ações fazem parte do Programa Recicle Idéias, que vêm sendo implementadas desde o início de 2008. ;São pequenas mudanças no dia-a-dia que podem trazer impactos na melhoria da qualidade de vida nas próximas décadas;, defende ele, que cita outras atitudes que podem ser adotadas por profissionais de qualquer área. Entre elas estão o uso racional do papel, com a utilização dos dois lados de cada folha, e a redução do uso do copinho plástico para beber água ou café. ;Você dá um gole e aquilo dura 200 anos no meio ambiente;, alerta o diretor, que comemora outro desdobramento das mudanças que vêm sendo implementando na empresa. Segundo ele, os funcionários se tornaram multiplicadores das iniciativas e levam para o seu cotidiano familiar a necessidade de se preservar o meio ambiente. Foi isso que ocorreu com Rodrigo Eron, que trabalha no departamento financeiro da editora. ;Depois de ver a importância dessas iniciativas, que são simples, passei a separar todo o lixo produzido lá em casa e levo o material reciclado até uma cooperativa. Além disso, agora só uso caneca plástica reutilizável, aboli os descartáveis de plástico e evito usar papel sem necessidade. Para escrever um bilhete ou outra coisa qualquer, verifico se o verso de uma folha usada pode servir para evitar gastar uma nova;, afirma. O biólogo Ricardo Harduim, responsável pela ONG Prima, que trabalha desenvolvendo projetos de preservação da Mata Atlântica, explica que o objetivo da concessão do selo Carbono Zero não se limita a promover mudanças pontuais, mas uma alteração da consciência ambiental das empresas e de seus funcionários. Durante o processo de auditoria, que envolve uma análise das emissões de carbono feitas pelas companhias durante um ano e o cálculo de quantas mudas de espécies de Mata Atlântica seriam necessárias para neutralizá-las, o grupo promove também um programa de educação ambiental, por meio de cursos e palestras. ;Para nós não interessa apenas a neutralização das emissões, o que acreditamos ser conseqüência de todo um processo. É preciso haver um ajuste de conduta porque não adianta no próximo ano haver uma emissão maior de carbono e calcular quantas mudas a mais terão que ser plantadas. O que queremos incentivar é a redução das emissões na atmosfera;, ressaltou. As mudas foram plantadas para a recuperação da mata ciliar às margens do Rio Caximbau, no município de Pinheiral, no sul do estado do Rio de Janeiro.

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