Brasil

Movimentos na rodoferroviária e aeroporto de Brasília são grandes, mas tranqüilos

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postado em 20/12/2008 15:37
O movimento de pessoas que deixam Brasília, embora grande, tem sido relativamente tranqüilo neste sábado (20/12) que antecede o Natal. Os incidentes, na maioria das vezes, são provocados pelas pessoas que deixaram para comprar a passagem na última hora. No Aeroporto Juscelino Kubitschek, mesmo com longas filas, não há qualquer sinal que lembre o apagão aéreo do ano passado, quando muitas pessoas tiveram que dormir no chão à espera do vôo. No rodoferroviária, o movimento também é grande. As filas nos guichês das empresas transportadoras têm, em média, 50 pessoas. Algumas passam pela cidade apenas para trocar de ônibus. A cozinheira Laura de Lurdes Silva aguardava a chance de embarcar, mas sem sucesso. Com fisionomia abatida, ela reclamou que deixou o estado doeMato Grosso ontem (19), em companhia do marido, na esperança de chegar em Brasília e seguir viagem para Montes Claros, no norte de Minas. Não teve muita sorte, pois foi informada que só há vaga nos ônibus que seguem para a cidade no dia 24, véspera do natal. "A gente vai ver se encontra passagem para uma cidade próxima, como Paracatu ou João Pinheiro. De lá, vai viajando a prestação", afirmou. A rodoferroviária da capital não oferece qualquer tipo de conforto a quem desembarca ou permanece no local por algumas horas, como Laura Silva. Orlindo Pereira, que deixou a Bahia com destino a São Paulo, teve que ser socorrido às pressas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Com a pressão alta, teve que ser medicado pelos paramédicos dentro da ambulância e ficou em observação até a hora do embarque. Segundo a auxiliar de enfermagem Patrícia Dias, que atendeu o passageiro, o estresse do período, a viagem cansativa e a alimentação inadequada têm levado a quadros desse tipo. "Nós nos deparamos com várias ocorrências, principalmente hipertensão e taquicardia, não só nesta época do ano", acrescentou. Esse não é único problema de quem pretende deixar Brasília nesta época do ano. Quem pensa que overbooking (venda de passagens acima dos assentos disponíveis) só ocorre na aviação está enganado. Às 10h20 de hoje, um ônibus da Empresa Novo Horizonte, que deixaria Brasília às 9h com destino a Pirapora (MG), não saía da plataforma porque a empresa vendeu mais passagens que o número de lugares. Indignada, Maria Antonio Rodrigues da Silva, auxiliar de serviços gerais, protestava e dizia que o ônibus não deixaria o local se ela não conseguisse viajar, já que comprou a passagem para aquele horário e quando chegou tinha outra pessoa em sua poltrona. "Eles dizem que vão resolver, resolver, resolver, mas desde as 9h que a gente está aqui esperando, mas não resolvem". Foi necessária a intervenção do fiscal da Agência Nacional de Tranportes Terrestres (ANTT), quase duas horas depois do horário de partida do ônibus. Único fiscal da ANTT no local, Mauro Andrade aplicou duas multas - uma por atraso, no valor de R$ 212, e outra, de R$ 208, porque a empresa vendeu mais passagens do que assentos. Na plataforma de desembarque, que fica no subsolo, a situação era crítica. Uma passageira que não quis se identificar reclamava do mau cheiro. Eliane Mary, que foi buscar a mãe, se disse decepcionada. "Por ser a capital do país, é a pior rodoviária. A gente viaja pelos outros estados, mais simples e que recebem muito melhor as pessoas. Logo que cheguei aqui, disse que deveriam trazer o Lula e o Arruda [o governador do DF, José Roberto Arruda] para eles verem as necessidades do povo". Nas rodovias que dão acesso ao Distrito Federal, o movimento é tranquilo. Os agentes da Polícia Rodoviária Federal no posto da BR-040, que liga o DF a Belo Horizonte e ao Rio de Janeiro, praticamente acompanhavam o fluxo dos veículos, sem muita preocupação. Um agente que não quis se idenficar disse que o problema maior deve ocorrer no dia 24, quando muitas pessoas devem decidir pegar a estrada. No aeroporto de Brasília, dos 69 vôos previstos até o início da tarde, 52 (75,4%) tinham registrado algum tipo de atraso. Até as 13h, 20 (29%) permaneciam fora do horário, segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), devido ao mau tempo em aeroportos como Confins, em Minas Gerais. As filas eram longas, com aproximadamente 200 pessoas, mas o atendimento parecia rápido.
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