postado em 24/12/2008 10:33
Os efeitos da estiagem do mês de dezembro, mesmo com a chuva que caiu nesta terça-feira em algumas regiões do Estado, passaram a preocupar autoridades de áreas abastecidas pelas águas do Rio dos Sinos. Nos últimos dias, também já havia se constatado uma diminuição drástica no nível do Guaíba. Apesar do alerta, que põe em risco a irrigação de lavouras, a situação ainda não chegou ao limite.
Na terça-feira, o Serviço Municipal de Água e Esgoto de São Leopoldo (Semae) registrava apenas 50 centímetros de água acima das bombas de captação no Rio do Sinos. O nível vem se mantendo assim desde o domingo. Na avaliação do engenheiro coordenador de operações do Semae, Roberto Manssur, o estado é de alerta.
"A população já deve estar consciente de que não pode desperdiçar água. A tolerância é zero para o desperdício", avisa o engenheiro.
Caso o nível continue baixando, o bombeamento de água bruta - que vai direto para as estações de tratamento - pode ficar comprometido. Além disso, a agricultura corre o risco de ser prejudicada, pois uma portaria determina que, caso o rio baixe de 50 centímetros, os agricultores são obrigados a desligar o bombeamento para as lavouras por 48 horas.
Em virtude disso, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente anunciou na terça-feira que, se for mantido o atual nível do rio e as mesmas condições climáticas, começará a partir da 0h de quarta-feira o bombeamento intermitente de água do rio para garantir a irrigação.
Diante do quadro, o prefeito Ary Vanazzi (PT) organizou para esta véspera de Natal uma reunião em que discutiria estratégias a serem seguidas para driblar a estiagem.
"Baixa o rendimento das bombas e diminui a vazão. Passamos a produzir menos, um volume menor de água tratada", alerta Manssur.
No caso do Guaíba, o nível alcançou o menor índice desde fevereiro de 2005 no início desta semana. Naquele ano, o Estado enfrentava o auge de uma forte estiagem. A situação ainda não é tão grave, mas já preocupa, pois o verão, época de pouca precipitação, recém se iniciou.
Desperdício
Até segunda-feira, o nível médio do Guaíba era de 19 centímetros, apenas três acima do registrado há quase quatro anos. Nesta terça-feira, a chuva que atingiu a Capital produziu efeitos imediatos e trouxe algum alívio. O índice do dia era de 24 centímetros. Ainda assim, autoridades pregavam a necessidade de se evitar desperdícios.
"Toda vez que se chega a essa situação, aconselha-se a população a usar a água com parcimônia, mesmo que, por enquanto, não haja motivo para alarde", disse o coronel Sidnei Viapiana, coordenador da Defesa Civil de Porto Alegre.