Brasil

Museu da Força Expedicionária Brasileira será fechado

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postado em 28/12/2008 08:59
Não adiantaram os esforços dos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que tentaram por todos os meios manter ativa a sede da associação que mantêm no Rio de Janeiro. A partir de 1º de janeiro, a entidade vai fechar suas portas por falta de recursos para a manutenção e pagamento de contas. Conseqüentemente, o Museu da FEB, um dos mais completos do país, também cessará suas atividades. Em reunião realizada esta semana, os veteranos decidiram deixar o local, onde estavam há vários anos e onde guardavam as recordações da Segunda Guerra Mundial. ;A duras penas, conseguimos angariar o interesse da Presidência da República, da Vice-Presidência e do Ministério da Defesa por nossa associação, mas isso tem resultado, somente, em seguidas manifestações de boas intenções a nosso respeito e, lamentavelmente, é comprovável que o inferno é por elas (as boas intenções) assoalhado;, assinalam os veteranos em uma carta enviada para os associados e colaboradores. Segundo a entidade, a crise econômica internacional colocou um ponto final nas pretensões dos pracinhas. Não há dinheiro nem mesmo para postar cartas para os sócios. Localizada no bairro da Lapa, no Rio, a Casa da FEB, como é chamada a sede da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira, foi inaugurada em 1976 pelo então presidente Ernesto Geisel. Hoje, o prédio de cinco andares não pode mais funcionar e as promessas de um novo local para a construção de novas instalações nunca se concretizaram. Nem mesmo os apelos de um veterano que chegou a abordar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma cerimônia no Itamaraty deu resultado. Com oito funcionários e apenas 10% do quadro de associados original, a entidade manterá aberta apenas a portaria, para receber as contas que continuam chegando. Os oito funcionários serão dispensados. Mausoléu Hoje, a única ajuda, além de doações de simpatizantes e das mensalidades dos sócios, é da Diretoria de Assuntos Culturais do Comando do Exército, que envia soldados para fazer a limpeza diária do local e do Mausoléu dos Pracinhas, localizado no Cemitério São João Batista, onde estão enterrados 600 veteranos, incluindo o marechal Mascarenhas de Moraes, comandante das tropas brasileiras na Itália. ;A maioria dos dirigentes tem até mesmo ultrapassado o limite de suas possibilidades;, afirmou o presidente da associação, coronel Hélio Mendes, em carta aos associados. ;Todos mantêm firmes suas esperanças de continuidade da associação e guardam sua fé nos destinos da pátria;, acrescenta Mendes. Em agosto, o Correio mostrou a trajetória dos pracinhas brasileiros nos campos de batalha da Itália, quando enfrentaram os inimigos alemães sem ter até condições físicas para tal. Além disso, a reportagem abordou a situação atual dos 3 mil veteranos que ainda estão vivos, com idade superior a 80 anos. Somente este ano, pelo menos cinco morreram, incluindo a enfermeira Aracy Arnaud Sampaio, que foi enviada para a Segunda Guerra junto com outras 72 mulheres e morava em Taguatinga.

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