Brasil

Julgamento de morte de modelo em Belo Horizonte atrai multidão

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postado em 10/01/2009 09:22
Belo Horizonte ; Uma multidão lotou ontem o 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte para assistir ao julgamento do detetive particular Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho, de 41 anos, acusado de assassinar a ex-namorada e modelo Cristiana Aparecida Ferreira, em agosto de 2000, quando ela tinha 24 anos. O crime, praticado em um flat da capital mineira, teve repercussão nacional. A morte de Cristiana, encontrada seminua no apartamento, movimentou os bastidores da classe alta da capital. Nas ruas da cidade e em gabinetes de políticos, as conversas sobre o crime levaram a outras histórias, como a suspeita de que ela teria carregado malas recheadas com dinheiro de propina nas suas viagens entre Belo Horizonte e Brasília. Desde o início das apurações, a defesa sempre trabalhou com a tese de que a ex-namorada do detetive se suicidou. E essa foi a conclusão do inquérito policial da época. Mas, para o Ministério Público (MP), que fez uma investigação paralela, Cristiana foi vítima do ciúme doentio de Reinaldo, que, segundo a denúncia dos promotores, a teria matado por asfixia e, em seguida, alterado a cena do crime. Ao chegar ao Fórum, o acusado negou a acusação e disse que tinha ;afeto, amor e paixão; pela modelo. Pouco tempo depois, já no banco dos réus, Reinaldo demonstrava tensão. Ciúmes Duas testemunhas de acusação ; José Geraldo Nunes e seu filho, Marcos Vinícius ; contaram ao juiz que ouviram do próprio acusado que ele havia assassinado a ex-namorada. Ambos estão sob proteção policial e chegaram ao Fórum escoltados. ;O réu afirmou que havia matado Cristiana. O motivo foi ciúme. Ele contou no meu local de trabalho (um estacionamento privado);, disse José, que foi amigo do réu. Marcos, no depoimento seguinte, reforçou as palavras do pai. Já o delegado Paulo Luiz Bitencourt, delegado de Homicídios que fez o inquérito, concluindo pelo suicídio, afirmou ao juiz que a mulher se matou. ;Não havia vestígio de luta no quarto. Não havia vestígio de arrombamento. Acho impossível algum homem passar pelo vão do pega-ladrão (pequena corrente que prende a porta, do lado interno do quarto, à parede);. Arrolada pela acusação, Edna Gonçalves da Fonseca, ex-funcionária do flat onde ocorreu o crime e primeira pessoa a encontrar o corpo de Cristina, disse acreditar que a mulher foi morta, pois encontrou a cama, onde estava o corpo, toda arrumada. Ela acrescentou que havia a possibilidade de alguma pessoa trancar a porta por dentro e sair da suíte pelo parapeito, entrando em outro apartamento. Até o fechamento da edição, o julgamento não havia terminado. O MP pediu a condenação do acusado por homicídio duplamente qualificado: motivo torpe e meio cruel.

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