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Em média, dois peritos médicos da Previdência foram agredidos por semana em 2008

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postado em 12/01/2009 18:17
Pelo menos dois peritos médicos da Previdência Social foram agredidos por semana no ano passado. De janeiro a dezembro de 2008, ocorreram 102 agressões contra esses profissionais, segundo a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP). A categoria considera insuficientes as medidas tomadas pelo governo para prevenir tais casos, embora o ministro da Previdência, José Pimentel, garanta que houve melhorias nos últimos anos. Ele reconhece, entretanto, que ainda é preciso aprimorar o sistema de segurança dos peritos. De acordo com o presidente da ANMP, Luiz Carlos Argolo, o número de agressões pode ser ainda maior porque foram registrados apenas as queixas levadas às polícias Militar, Civil ou Federal. Ele afirmou à Agência Brasil que, de 2007 para cá, o governo tem implementado ações de segurança sugeridas pela categoria. No entanto, a mudanças de layout das agências e instalação de portas detectoras de metais, por exemplo, ainda não garantem a seguranças dos peritos. ;A operacionalização desses sistemas de segurança deixam muito a desejar, porque a própria porta de detectora de metais, que tem como papel principal impedir que pessoas armadas entrem nas agências, não funciona;, disse Argolo. ;São vários casos em que usuários entraram nas agências com armas brancas - facas e facões - e até revólveres e a porta equipada com detector não funcionou.; Para aumentar a segurança dos peritos, Argolo sugere que o governo promova campanhas de esclarecimento do papel da perícia médica previdenciária, aumente o efetivo de vigilantes e seguranças armados na agências e coloque em funcionamento os itens de segurança instalados nas agências. ;Não basta tê-los, como uma penteadeira enfeitada, e eles não terem função;, reclamou. O ministro da Previdência, José Pimentel, afirmou que o governo tem implementado uma série de medidas sugeridas pela própria associação e que elas têm reduzido o número de agressões. ;Evidente, que esse processo de violência, como está presente nas ruas, nas famílias e na área urbana, acaba refletindo nos vários locais de trabalho. Estamos atentos a isso e tomando um conjunto de medidas para superar qualquer possibilidade de agressão;, disse Pimentel à Agência Brasil. O ministro argumentou que, até 2006, a perícia na Previdência era terceirizada e possuía 219 médicos peritos. Hoje, segundo Pimentel, são mais de cinco mil profissionais concursados. ;O governo Lula resolveu transformar a carreira, transformando-a em carreira de Estado. Fez concurso público, contratamos 5,2 mil profissionais em 2006, 2007 e 2008. Portanto, é uma atividade nova na Previdência, embora tenha 85 anos de história." ;É nessa atividade nova que estamos equipando 1.110 agências com a tecnologia que não tinha. Isso implica modificação de prédios e em toda uma cultura. Em um curto espaço de tempo já implementamos muitas mudanças e agora vamos complementar o restante;, afirmou Pimentel.

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