Brasil

Vingança pode ter motivado morte de suposto miliciano

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postado em 14/01/2009 20:39
A polícia do Rio investiga a possibilidade de envolvimento de grupos paramilitares no assassinado, na manhã de hoje, de Marco Aurélio França Moreira, o Marcão, um dos indiciados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, realizada no ano passado pela Assembleia Legislativa do Rio. Os policiais não descartam, porém, a hipótese de vingança motivada por golpe na venda de terrenos e imóveis. Marcão era o dono do prédio de 4 andares demolido pela prefeitura no Recreio dos Bandeirantes há uma semana, no início da operação denominada "Choque de Ordem", do prefeito Eduardo Paes (PMDB). "Ontem mesmo recebemos aqui uma denúncia contra ele. Estava cuidando desse caso quando soube que ele morreu", contou o delegado Sandro Pereira, da delegacia da Taquara (52º DP), que investiga o caso. Segundo Pereira, Marcão, que se apresentava como líder comunitário do Novo Rio, um loteamento irregular de uma área favelizada do bairro de Gardênia Azul (zona oeste), era investigado por invasão de terra, estelionato e envolvimento com a milícia local. No ano passado, ele chegou a ser preso por furto de energia. Marcão foi executado com pelo menos oito tiros, três deles na cabeça. O irmão dele, Alexandre França, viu o crime e contou à polícia que dois homens numa moto começaram a atirar assim que o líder desembarcou de um carro, numa das ruas da comunidade. A perícia recolheu várias cápsulas de calibre 9 mm no local. Os familiares evitaram dar entrevistas, mas disseram que Marcão não se queixava de ameaças. "Inimigo todo mundo tem", disse uma irmã dele, que negou a participação dele em milícias. Suplente de deputado pelo PSC, ele mantinha estabelecimentos comerciais e um centro social no condomínio de prédios cheios de quitinetes improvisadas. Em setembro do ano passado, foi ouvido pela CPI das Milícias e confirmou que a comunidade tem pontos de TV a cabo clandestinos, serviço típico de milícia, e cobrava mensalidades dos moradores. No entanto, ele negou ser miliciano, mas se disse rival do vereador Christiano Girão (PMN), bombeiro indiciado pela CPI, suspeito de liderar a milícia de Gardênia Azul. Bruno Baby Em Campo Grande, outro suposto miliciano, conhecido como Bruno Baby, foi morto a tiros hoje, na Estada do Campinho. Suspeito de ligação com a máfia de kombis, ele seria integrante da milícia da Favela do Barbante, que disputa a região com o grupo do ex-PM Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman. Foragido da polícia desde que escapou do presídio de Bangu, Batman teve hoje um irmão nomeado para o gabinete da vereadora Carminha Jerominho (PT do B). Bernardo Teixeira da Cruz vai ganhar R$ 3,8 mil como assessor da vereadora, que chegou a ser presa durante a campanha de 2008 por envolvimento com a milícia "Liga da Justiça".

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