Brasil

MP investiga 40 policiais por erros cometidos no sequestro de Eloá

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postado em 15/01/2009 16:48
Quarenta policiais militares que atuaram no sequestro que terminou na morte de Eloá Pimentel, 15 anos, estão sendo investigados por erros cometidos durante a ação. Segundo a promotora Eliana Passarelli, os policiais são investigados por seis irregularidades e alguns devem ser denunciados por quatro crimes. Eles correm risco de ser presos e perder a patente caso venham a ser condenados. A Corregedoria da PM deve entregar na próxima semana um relatório sobre a investigação interna. A partir dele, o Ministério Público apresentará a denúncia à Justiça. Procurada, a PM informou que o Inquérito Policial Militar e o processo administrativo interno sobre o caso ;ainda estão em andamento;. Eloá foi assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Alves, 22, após cem horas de seqüestro. A adolescente Nayara Rodrigues, de 15 anos, voltou ao cativeiro após ser libertada pelo sequestrador e foi feita novamente refém. No desfecho, levou um tiro na boca, mas teve sorte e a bala parou na arcada dentária. De acordo com a promotora, Nayara foi ;devolvida; ao sequestrador 34 depois, durante a negociação com a polícia. O crime ocorreu após o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar invadir o apartamento onde o sequestro ocorria em Santo André, no ABC. A maioria dos investigados e possíveis indiciados integram o Gate, que assumiu o caso desde o início. Os policiais podem ser denunciados por três crimes do CPM (Código Penal Militar) e um do ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), diz a promotora. Os crimes estão previstos nos artigos 222, 225 e 319 do CPM (respectivamente, constrangimento ilegal, cárcere privado e prevaricação), e 5 e 17 do ECA, que tratam da exposição de criança ou adolescente ao perigo e negligência. Se condenados, os PMs podem ficar presos por cerca de 15 anos. A versão oficial da PM é de que Nayara não cumpriu o ;combinado;, que era não entrar no apartamento. Reservadamente, PMs admitiram, no entanto, que erraram ao não planejar um meio de garantir que Nayara não voltasse ao cativeiro. O inquérito busca esclarecer ainda por que o irmão de Eloá, de 14 anos, participou da negociação, e por que a PM não avisou a Polícia Civil sobre o sequestro, cumprindo uma norma da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

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