Brasil

Polícia afirma não ter suspeitos no caso da execução de casal e duas filhas em SP

;

postado em 17/01/2009 08:50
O secretário de Segurança de São Paulo, Ronaldo Marzagão, colocou à disposição da Polícia Civil de Americana (a 128km da capital paulista) todos os recursos que se façam necessários para a investigação do que ele considerou um dos crimes mais impressionantes de sua gestão: a morte do casal Ana Paula e Douglas Tempesta com 16 tiros, e de suas filhas, de 8 anos e 1 ano e oito meses, com sinais de estrangulamento. Marzagão assumiu a secretaria em janeiro de 2007. O casal Tempesta foi morto no escritório da família, no Jardim Santana, na noite de quarta-feira. As filhas estariam com o casal e teriam sido levadas pelos assassinos. Os corpos das duas crianças foram encontrados à margem da Rodovia Hélio Stefin (SP-75), conhecida como Rodovia do Açúcar, na altura da cidade vizinha Elias Fausto (136km de São Paulo), na manhã de quinta-feira. ;Em primeiro lugar, quero lamentar e, em segundo, quero dizer que, da minha sensibilidade como secretário, nestes dois anos, talvez esse tenha sido o crime que mais tenha me impactado, pelas circunstâncias de execução;, disse. ;Recebi expressa determinação do governador (José Serra) para que a investigação fosse priorizada e para que todos os meios que a Polícia de São Paulo tem fossem disponibilizados;, disse. Desde quinta-feira, uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da capital paulista, trabalha em conjunto com a polícia de Americana. ;Vamos reconstituir os últimos passos das vítimas, porque, a partir daí, vamos ver quem estava próximo a essas pessoas e quem pode ser suspeito nesse crime;, afirmou o delegado do DHPP, Marcos Carneiro Lima. De acordo com o delegado seccional de Americana, João José Dutra, a principal linha de investigação é a de que o crime tenha sido motivado por vingança ou cobrança de dívidas. Contra Tempesta, há ao menos dois inquéritos policiais abertos, pelo suposto crime de estelionato. Sem suspeitos Segundo informações do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, há outros 10 processos cíveis em que o empresário é réu. Dutra disse, na manhã de ontem, que uma equipe de investigadores recebeu informações sobre três homens em um carro com placa de Americana que teria parado para abastecer na rodovia em que foram encontrados os corpos das crianças. ;Mas ainda é tudo prematuro. Não sabemos se há como fazer uma identificação, temos um longo caminho;, afirmou. Num primeiro momento, peritos e policiais não encontraram no local do crime ; o escritório do casal na Rua Brigadeiro Faria Lima, no Jardim Santana ; evidências que pudessem auxiliar nas investigações. O diretor do Deinter-9 de Piracicaba, José Carneiro de Campos Rolim Neto, informou ontem, em entrevista coletiva na seccional de Americana, que a polícia ainda não tem nomes de suspeitos e os depoimentos das testemunhas não apresentaram revelações importantes. ;Na prática, ainda não temos nomes. Temos algumas linhas de investigação, que não podem ser reveladas e estão sendo seguidas por várias equipes. Todas as pessoas que tiveram algum contato com a cena do crime já foram ouvidas;, disse Rolim Neto. ;As testemunhas ouvidas até agora não acrescentaram nada além daquilo que a gente já sabia;, afirmou. O diretor do Deinter-9 não divulgou o número de testemunhas que já prestaram depoimentos. A polícia aguarda os laudos da perícia, que devem sair em até 30 dias.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação